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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Handebol – história e elementos de formação

A criação do handebol não tem um criador preciso, mas há registros de sua pratica em vários momentos da história. Como exemplo disso, temos o jogo urânia, praticado na Grécia antiga e citado por Homero na Odisseia. No império romano, também havia um jogo parecido, chamado de hasparton. E na Idade Média também há relatos de jogos parecidos.

Mais recentemente, há registros de um jogo denominado haddbold criado na Dinamarca em 1848. Também registra-se o Sallon, praticado no Uruguai, mas o fato é que o handebol praticado hoje em dia deriva do Raftball, criando em 1912 pelo alemão Hirschmann. 

No período da primeira grande guerra, de 1915 a 1918, criou-se o Torball, jogo decisivo para o desenvolvimento do handebol. O Torball era praticado por operárias que tinham perdido seus maridos para a guerra.

Em 1919, o torball foi reformulado pelo alemão Karl Shelenz, passando a incluir também homens e com um novo nome: Handball. Karl Shelenz era educador físico, o que contribuiu para que o esporte novo fosse rapidamente difundido em países como Áustria, Suécia, Dinamarca e Checoslováquia.

As regras do esporte eram promulgadas pela Federação Alemã de Ginástica até 1927, quando foi criada a Federação Internacional de Handebol. Ele foi introduzido nos jogos olímpicos em 1936, na cidade de Berlim. No Brasil, a primeira partida data de 1930.

O primeiro campeonato mundial de handebol foi disputado na Alemanha em 1932. Em 1939, a sede da Federação Internacional de handebol foi transferida para Copenhague, em virtude da segunda guerra mundial. 

Uma curiosidade é que até 1966 eram realizados campeonatos de handebol de campo e de quadra. Porém, o clima europeu desmotivava a prática no campo, passando a ser somente realizado na quadra.

Desde 1972 no masculino e 1976 no feminino, o handebol vem realizando seus campeonatos mundiais e jogos olímpicos a cada quatro anos. No brasil, as primeiras partidas oficiais são de 1940, promovidas pela Federação paulista.

Handebol no Brasil

O handebol ficou restrito ao estado de São Paulo até 1960, quando foi apresentado a vários professores em um curso ministrados pelo professor Augusto Listello. A partir disso, o handebol rapidamente se espalhou por todo o Brasil e em 1971 foi declarado como um dos jogos estudantis e universitários brasileiros.

O primeiro campeonato nacional de handebol surgiu na cidade de Niterói, voltado para o público juvenil; os adultos tiveram seu primeiro campeonato no ano seguinte. A primeira taça Brasil ocorreu em 1980, na cidade de São Paulo.


Desde os jogos pan-americanos de 1999, o Brasil vem ganhando medalhas tanto no feminino quanto no masculino; em 2007, ambos ganharam a medalha de ouro e em 2011 foi a vez feminino ganhar o ouro e o masculino a prata. Atualmente, o handebol é muito praticado pela comunidade estudantil e tem jogos transmitidos para todo o Brasil pela ESPN-Brasil.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Os fundamentos do Handebol

Por fundamentos queremos dizer os movimentos técnicos do handebol, ou seja, os gestos realizados de acordo com orientação prévia e que possuem uma forma correta de execução. A seguir, analisaremos cada um deles.

Empunhadura

A empunhadura é a forma corretar de se segurar uma bola no handebol. Consistem em segurar a bola com os cindo dedos, de maneira firme, com a palma da mão um pouco côncava. O dedo polegar o mínimo são os mais importantes durante a empunhadura.

Recepção

É o recebimento da bola, que pode ser realizado com uma das mãos ou com ambas. Pode ser alta, médio ou baixa. A recepção é consequência direta dos passes, que somente são realizados com a presença de dois atletas. Os passes recebem diferenciações, que serão mostradas a seguir.

Passes

  • ·         Passe acima do ombro: para frente ou oblíquo, divididos em retificado e bombeado (peito). Passe em pronação: para o lado e para trás.
  • ·         Passe atrás da cabeça e passe atrás do corpo: ambos podem ser em lateral ou diagonal.
  • ·         Passe para trás: é realizado na altura da cabeça e precisa da extensão do punho. Passe quicado: ocorre quando a bola toca no solo uma vez antes de chegar às mãos do receptor.

Nem todos os passes estão incluídos na literatura especifica. O passe de ombro, por exemplo, não tinha distinção entre retificado e de peito (bombeado).

Arremesso

O arremesso é sempre realizado em direção ao gol. Os cotovelos ficam acima da linha do ombro e a bola é lançada com um movimento do úmero. Recebe algumas classificações diferentes, a saber:
  • ·         Com apoio e em suspensão: no primeiro, um dos pés do arremessador está em contato com o solo; no segundo, nenhum pé entra em contato.
  • ·         Com queda e com rolamento: o arremesso com queda significa que logo após o arremesso o jogador realiza uma queda ao solo; no arremesso com rolamento, também ocorre uma queda, mas o jogador faz um rolamento no chão.

Drible

É nada mais que o quique da bola no solo com uma das mãos. No ritmo trifásico, o quique é executado após três passadas. Mais passadas sem tocar a bola no solo configuram uma falta.

Há também o duplo ritmo trifásico, ou a dupla passada, que é o toque da bola no chão entre dois conjuntos de três passadas. Atenção para não confundir o drible com a finta, que nada mais significa do que estratégias para enganar o adversário.

Finta


As mais comuns e permitidas pela regra são: mudança de direção, giro de braço, giro de corpo e dois tempos ou quebra de ritmo.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Metodologia do Handebol

Posicionamento dos goleiros

O goleiro é a segurança da equipe de handebol não apenas pelas defesas, mas também porque ele atua como orientador da própria equipe e é peça chave na reposição de bola e contra-ataques.

O bom goleiro traz segurança para seu próprio time e preocupação para o time adversário, principalmente para os atacantes.

Além disso, um bom goleiro se dedica aos treinos e jogos com afinco maior que todos, tem coragem, dinamismo e é detalhista. Recupera-se rapidamente de uma bolada e consegue ligar um contra-ataque eficientemente.

Outras características: agilidade, flexibilidade, força, velocidade de reação, coordenação motora, etc.

Taticamente, o goleiro tem de ser capaz de lidar com situações de emergência, saber como enganar os atacantes adversários, usar com sabedoria o sistema de defesa da sua equipe e lançar mão de estratégias diferentes para cada tipo de arremessador.

São 4 as principais posições a serem trabalhadas com goleiros: defesa alta, defesa baixa, defesa de braço e perna, defesa em X e a reposição/ligação.

Elementos e condições para o aprendizado do handebol

Todas as modalidades esportivas têm como pré-requisito as seguintes condições: habilidades motoras, relações sociais e condições psicológico-psíquicas.

Com o handebol não é diferente. Entre as principais características psicológicas necessárias para a prática da modalidade, destacamos: determinação, perseverança, garra e sacrifício.

Já com base no relacionamento social, o handebol exige que o atleta seja companheiro, realize trocas de vivencias e experiências e que seja próximo dos outros atletas e da torcida.

Por fim, as qualidades físicas e motoras necessárias são: resistência, força, ritmo, descontração, equilíbrio, coordenação, entre outras.

Vejamos agora, detalhadamente, cada habilidade motora exigida na prática do handebol:
  • ·         Capacidade de deslocamento (andar, correr, saltar, rolar) em todas as direções;
  • ·         Capacidade de pegada e soltura com ambas as mãos;
  • ·         Capacidade de arremesso ou força;
  • ·         Capacidade de adaptação e reposicionamento postural.

Classificação das qualidades físicas

  1.   Força: é a habilidade muscular de produzir tensão e vencer resistência, seja para empurrar, tracionar, etc. Existem três tipos diferentes de força, e a primeira delas é a força isotônica, ou dinâmica. Esse tipo de força ocorre apenas quando houver movimento, seja horizontal ou vertical.Os outros dois tipos de força são a isomérica e a explosiva. A força isomérica também é chamada de força estática e tem a ver com a força realizada sem movimento, seja suportando algum peso ou qualquer outro tipo de pressão. Já a força explosiva (potência) é aquele gasto máximo de energia em um ato explosivo. Potência = força dinâmica X velocidade.
  2. Flexibilidade: reflete a amplitude dos movimentos e é muito dependente da elasticidade muscular (grau de estiramento dos músculos envolvidos) e da mobilidade articular, que varia de acordo com o tipo de articulação envolvida.Uma alta flexibilidade permite maior extensão dos movimentos, diferentemente da resistência, que se refere à capacidade de suportar o movimento por um período maior de tempo.
  3.   Resistência: pode ser anaeróbica ou aeróbica. A resistência aeróbica se refere a exercício de curta ou moderada intensidade, no qual a capacidade de absorção de O2 é equilibrada com o consumo. Já na resistência anaeróbica, o consumo de O2 é maior do que a absorção, o que ocorre em exercícios de grande intensidade.Além desses dois tipos, existe ainda a resistência muscular localizada, que se refere à resistência especifica de um determinado grupo muscular num exercício único, repetido diversas vezes. De maneira geral, a resistência é a capacidade de realizar exercícios com baixos recursos de energia e por um longo período de tempo.
  4. Velocidade: é capacidade de execução de movimentos em um período de curto breve e com intensidade máxima. Quando ocorre a movimentação de um lugar para outro, chama-se velocidade de deslocamento.Além da velocidade de deslocamento, temos também a velocidade de reação, que corresponde a capacidade de responder a um determinado estímulo, e a velocidade de membros, que é a velocidade de movimentação de um ou outro membro em separado.
  5. Equilíbrio: é capacidade de se manter em posição ante a força da gravidade. Temos o equilíbrio estático, dinâmico e recuperado; o equilíbrio estático acontece quando o corpo não está em movimento.O equilíbrio dinâmico ocorre quando o corpo entra em movimento. E o recuperado quando ele termina em movimento e entra no repouso.
  6.  Coordenação: é uma habilidade muito importante na educação física. Consiste em realizar movimento complexos com o menor esforço possível. A coordenação pode ser sempre melhorada com a realização de trabalhos repetitivos, numa atuação em conjunto do sistema nervoso com o muscular.
  7. Agilidade e Ritmo: a agilidade é a habilidade de mover o corpo no espaço, ou um determinado membro. Pode ser melhorada com o treino. Já o ritmo corresponde a uma organização dos movimentos, de forma equilibrada e harmônica.
  8. Descontração: capacidade neuromuscular de recuperar-se da tensão na musculatura esquelética. A descontração total é a capacidade de recuperar todos os músculos após um exercício.Há também a descontração diferencial, que corresponde à capacidade de relaxar os músculos que não são necessários em um determinado exercício.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Atividades - Escolas Gímnicas - Alemanha

Escola Gímnica Alemã

Descrição das atividades elaboradas para uma aula baseada no ensino da escola gímnica alemã

A escola gímnica alemã sempre priorizou muito a postura e preparação do corpo para a luta e defesa pela nação e pátria. Seus movimentos foram muito baseados nas ciências biológicas, pois tinham o objetivo de alcançar a prática perfeita da atividade em consonância com o desempenho total do aluno.

Com base nesses princípios, elaboramos sum roteiro de atividades que visa demonstrar como funcionava a escola gímnica alemã na prática. Dividimos os exercícios em atividades individuais, 
atividades coletivas e atividades femininas em separado, tal como era na escola alemã.

Roteiro de atividades:

  •     Atividades individuais: exercitar os membros superiores com polichinelos. Também serão trabalhadas a musculatura cervical com exercícios de pescoço e os músculos dos membros inferiores, com agachamentos.
  •          Exercícios coletivos: 1º exercício coletivo: um participante se abaixa e outro fica em pé de pernas abertas a sua frente. Revezando a cada ciclo, um terceiro participante deve pular por cima do que está abaixado, passar por debaixo do que está em pé e carregar um outro membro nas costas até a frente do que está agachado. O que estava sendo carregado é o próximo a fazer o exercício e quem estava carregando ocupa o lugar do que estava abaixado; segue assim sucessivamente até que todos tenham completado a atividade.2°exercicio coletivo: todos os participantes devem ficar em posição de flexão (prancha), do lado um do outro. Um membro irá pular todos os demais, que não podem se mexer. Assim que esse que estiver pulando terminar, ele se posiciona ao lado do último na mesma posição de flexão de braço e o primeiro começa a pular todos os outros. Assim que todos tiverem pulado, o exercício é encerrado.
  • Ginástica feminina: a ginástica alemã não via com bons olhos a participação feminina nos exercícios rudes e intensos dos homens. Por isso, havia um plano gímnico especial dedicado apenas às mulheres. Os exercícios que preparamos têm o mesmo foco da escola gímnica feminina alemã, ou seja, ressaltar a beleza e delicadeza das mulheres com movimentos harmônicos e não muitos intensos. A ginástica alemã também estava mais voltada para desenvolvimento dos membros inferiores femininos, em razão do parto.Devido a isso, vamos executar movimentos de salto, equilíbrio, flexibilidade e postura.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Civilização Inca


A civilização Inca desenvolveu-se nas regiões que hoje correspondem a partes do Peru, do Equador, da Bolívia e do norte do Chile, alcançando seu período de maior esplendor por volta do século XV. O império Inca, com capital na cidade de Cuzco, chegou a ter uma população de 20 milhões de habitantes, governada por um imperador considerando um deus, o filho do Sol (o Inca). Para governar, o imperador contava com chefes militares, governadores de províncias, sacerdotes e muitos funcionários.

A economia dos incas baseava-se no cultivo de milho, batata e tabaco. Desenvolveram a tecelagem, a cerâmica, a metalurgia do bronze e do cobre; sabiam trabalhar metais preciosos, como ouro e a prata, e utilizavam a lhama como animal de carga. Construíram palácios, templos, estradas pavimentadas, aquedutos e canais de irrigação. Não desenvolveram um sistema de escrita, mas sabiam registrar números e acontecimentos por meio dos quipos[1].

A conquista do império Inca foi iniciada a partir de 1531, por Francisco Pizarro. Em 1533, Pizarro conseguiu invadir a capital inca, desestabilizando todo o império.

Fonte: Almanaque Abril




[1] Quipos – cordões coloridos nos quais davam nós como forma de registro de informações.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

O estudo orgânico de Wallon

Henri Wallon deu uma importante contribuição para o ser humano com uma teoria que abrange toda a infância do ser. Para a Psicologia e Pedagogia, o trabalho do desenvolvimento humano de Henri Wallon foi de grande valia pois enfatizou sua interface com a educação.
Wallon foi criado em um ambiente medicinal, formando-se em 1908. Sua teoria tem correlação com as concepções de três autores fundamentais - Skinner, Piaget e Vygostki. Nós, autores deste trabalho, escolhemos a teoria de Henri Wallon para um estudo histórico. Diante disso, este artigo tem como objetivo apresentar o que determinam o desenvolvimento através de uma abordagem introdutória repleta de ambivalências e desafios. Wallon, por um lado, tem cada vez mais desvelado o lugar opressor como algumas reformas parciais no plano educacional, enquanto que por outro lado revolucionou em grande parte o modo de pensar das pessoas.
Além de sua formação médica, Wallon ao mesmo tempo tinha estudo em filosofia. Por isso, outras questões surgiram em seu trabalho, como o que mais oferecer ao professor. Wallon focaliza a afetividade em sua totalidade humanas e social. Inicia sua corrente filosófica com os conceitos principais de J. B. Skinner, seguido de J. Piaget.
Wallon trabalhou na guerra e não se esqueceu do papel do homem não social, o homem considerado como uma molécula isolada na concepção do resto de afetividade de campo de batalha. Ao ser enganado e, contudo, na alvorada de uma pedagogia explicita, o homem conclui textos que apresentam analises da educação (JACÓ-VILELA, 2005).
Ao se tratar da experiência na área da educação, e para atuar de forma significativa na mesma, o professor precisa compreender o processo de desenvolvimento da criança (ARANTES, 2003). Os esforços nesse sentido implicam buscar uma maneira para que este equilíbrio ocorra, conforme nos aponta o vasto material colhido por Wallon.
O material colhido por ele entre 1909 e 1912 aponta que são necessários interlocutores para mostrar como o ensino pode criar intencionalmente condições para favorecer o processo de aprofundamento cognitivo, proporcionando a superação desse estado de dispersão e fragmentação a que as crianças estão sujeitas nos estágios iniciais de vida.
O trabalho de Wallon divide as primeiras etapas do desenvolvimento. A mais extensa delas, a emocional, é a fase de reconhecimento do saber pertinente aos avanços próprios de tal período. Este é um tema em estudo e, pela oposição entre conhecimento inteligível (abordagem objetiva) e sensível, cientistas que se debruçaram sobre a temática parecem não ter concordância entre si. Tal separação parece ter sido motivada por fatores históricos e nos têm conduzido a uma visão parcial e distorcida da realidade de Wallon.
Com reflexos nessas reflexões, introdução as intervenções pedagógicas, recomendadas por Wallon e que impedem que se reconheça os distúrbios sociais desse período emocional. Aliás, esse período, cuja maior preocupação gira em torno da discussão sobre o ser organicamente social acerca os fenômenos afetivos, representa a maneira como os estudos dos cientistas acontecimentos repercutem diferenciadas com relação ao trabalho de Wallon sobre as emoções, os sentimentos e as paixões. "Ciência híbrida, situada na intersecção entre dois mundos” dizia o ex-médico.
Cerisara aponta a influência do período como médico ao evidenciar as habilidades exigidas para estudo tão denso como o realizado por Wallon (1197). O próprio mestre acredita que isso não signifique um menor valor ao seu princípio da inteligência ou ao seu trabalho como um todo. As afirmações por ele pronunciadas só podem ser compreendidas a partir de uma investigação histórica. Na leitura de sua obra, notamos que inclui os textos referentes à teoria sobre a necessidade de estudar também a involução do ser humano e o condicionamento que estes têm nos períodos finais de sua vida. Tal tipo, também conhecido como condicionamento clássico ou respondente, ocorre principalmente após o surgimento de algumas doenças e focaliza o processo interno dessa construção.
Partindo desta perspectiva de construção interna, a psicogenética da teoria walloniana apresenta quase que exclusivamente notável estudo do desenvolvimento cognitivo. Quer dizer, à gênese da inteligência, na qual Wallon dedicou grande parte de seu trabalho. Outro ponto de destaque da teoria psicogenética é com relação às emoções.
A pesquisa tradicional de Wallon, quer, ao questionar as características negativas do trabalho, evidenciar o avanço no estudo da perda facial, riso, lágrimas, fontes das emoções no ser humano. A emoção tem o papel de unir os indivíduos entre si por meio da expressão de afetividade e bem-querer. Rapidamente o leitor que se debruçar sobre a obra perceberá que os relatos das condutas das crianças apontam um conjunto de abordagens variadas nos estudos das emoções, mas com alguns testes percebe-se que o novo não estava presente nos elementos iniciais (CALIL, 2007).
Na base do trabalho de Wallon, que inclui as metodologias referentes à teoria cognitiva, é notável a influência do período que participou como médico do exército francês, conforme já dito anteriormente neste mesmo texto. Mesmo ao ser identificada e confrontado, a teoria ainda assim se divide em duas etapas, sendo a primeira de base mais orgânica, chamada também anabólico. A outra base, conhecida como catabólica, é mais internalizada. As divisões teóricas serão parceiras constitutivos da vida psíquica, conforme Wallon mostra em seu trabalho.
Repleta de sentidos, tanto histórica quanto culturalmente, notamos na teria walloniana a presença uma estruturação semelhante à dos organismos vivos, claramente influência de seu período como médico. Ao explicar o desenvolvimento do bebe ao adulto de sua espécie, por exemplo, Wallon permite se deixar comparar a organização de um primeiro modo de consciência do bebê com o funcionamento do metabolismo celular, na qual os papéis da assimilação e da acomodação cognitiva seriam representados pela fagocitose das células. Wallon afirma ainda que esses processos da adaptação no período de evolução também possuem um lado emocional na assimilação, de aspecto social.
Do mesmo modo que Piaget divide sua teoria do desenvolvimento Cognitivo, em Wallon se observa uma aproximação ao dividir o ser humanos em fases com características afins. Entre a alternância do aperfeiçoamento motor e cognitivo ao desenvolvimento profissional, o ser humano passa por diversas. Procurando fundamentação para seu trabalho, e baseando seu estudo em uma teórica influenciada pela medicina, Wallon cita a primeira fase do ser como marcada pelo desenvolvimento da motricidade para o completo domínio funcional.
Ferreira e Acioly-Regnier nos mostram em seu trabalho a maneira entre as quais vai se distribuir as fases do desenvolvimento e o estudo das etapas que a criança passa, a saber (2010, p.23): da afetividade para o desenvolvimento motor e deste para o conhecimento, terminando por último no desenvolvimento da pessoa. Tal processo percorre o chamado tripé walloniano (CERISARA, 1997, p.40) que compreende a filogênese, a patologia e a involução. O ponto de partida para a formação de uma metodologia que compreendesse todos os estágios do desenvolvimento humano, com todos os hábitos estava então definido.
            São períodos de euforia e tristeza, coragem e covardia, amor e descaso que se fazem presentes na dinâmica humana e que, de uma forma geral, foi muito bem explicado e abordado por Wallon. Entre os psicólogos, o caso de seus estudos sobre a psicomotricidade, os mecanismos da compreensão humana, etc., são importante fonte de estudo e referência para o desenvolvimento humano.
Segundo a teoria walloniana, no começo, há a ocorrência do movimento, imagem que ilustra bem o período inicial do ser humano, marcado por impulsos. Para onde quer que se volte, a existência da emoção começa a aparecer e se desenvolver no segundo período de Wallon. Uma cultura lúdica, conjunto de regras e significações (quantidade, constância, peso, volume), são marcas constantes no desenvolvimento da inteligência, principal meta do terceiro período. A descontração, capacidade de seriação, entro outras personalidades, correspondem ao quarto período, onde ocorre o desenvolvimento da personalidade.

domingo, 19 de junho de 2016

Wallon

Biografia e introdução
Wallon viveu seus 83 anos em Paris (1879-1962). Foi médico de batalhão durante a Primeira Guerra e trabalhou para a Resistencia na Segunda. Filiou-se ao partido comunista semanas depois que os nazistas fuzilaram Politzer. Presidiu a comissão que elaborou um projeto de reforma de ensino para a França de teor tão avançado que permanece parcialmente irrealizado. Wallon concebe o estudo como trabalho social mediato, e prevê para os estudantes a partir do segundo grau um sistema de pré-salários e salários.
Sua formação, tendo a marca da filosofia e da medicina, recebe frequentes inserções da psicologia na corrente do pensamento ocidental até suas origens gregas, e a preocupação permanente com a infraestrutura orgânica de todas as funções psíquicas que investiga.
A matéria-prima de seus estudos foram observações de mais de duzentas crianças doentes, casos de retardo, epilepsia, anomalias motoras em geral. Este material, colhido entre 1909 e 1912, só foi apresentado como tese e publicado depois da guerra (1925), quando a experiência clínica com adultos traumatizados renovou e aprofundou suas conclusões. Resultou disso L’enfant Turbulent, republicado na França em 1984, com prefácio de Tran-Thong, que insere suas conclusões no cenário dos trabalhos neurológicos recentes.
Sua psicogenética tem como ponto de partida o patológico. A utilização da doença como um elemento necessário à compreensão da normalidade fica assentada desde o início. Ele não atua apenas como medico preocupado que considera a doença uma experiência natural, a forma de experimentação mais apropriada à psicologia. Em sua concepção metodológica, à psicologia convém um tratamento histórico (genético), neurofuncional, multidimensional, comparativo. As funções devem ser estudadas evolutiva e involutivamente, partindo das suas bases neurológicas e comparando-as com suas equivalentes em diferentes espécies humanas em diferentes momentos da história humana individual e coletiva. É equívoco classificar de organicista sua proposta, visto que genético abrange a dimensão da espécie e abre espaço para incorporação dos resultados da “psicologia história”. E ainda para Wallon o ser humano é organicamente social, isto é, sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar.
O método adequando para a psicologia é a observação. Suas observações em L’enfant Turbulent são constituídas essencialmente pelo relato da conduta da criança em seu ambiente (no caso, o hospital), e alguns testes são utilizados, parcimoniosamente, apenas como forma de completar as estruturas retiradas da observação. Wallon concebe a psicologia como ciência qualitativa: não há preocupação nenhuma com a quantificação dos resultados. Quanto à analise, Wallon opta pela genética, única forma, a seu ver, de não deixar perder a integridade do objeto. 

L’enfante turbulent, obra germinal, contém em embrião todos os grandes temas que serão retomados e aprofundados: movimento, emoção, inteligência e personalidade. Falta apenas a perspectiva pedagógica, que mais tarde virá a pesar muito.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Cinesiologia

Conhecendo

A Cinesiologia pode ser definida como o estudo do movimento humano. Tal estudo é realizado através de criteriosa análise dos exercícios em conformidade com sua estrutura anatômica.

A importância do estudo da Cinesiologia se dá na medida em que compreendemos que o ser humano foi se desenvolvendo para o movimento. E também a importância de se conhecer detalhes estruturais e fisiológicos dos diferentes tipos de movimento para ajuda no combate a lesões.

Apesar de ser reconhecido os benefícios tragos pela atividade física, uma simples postura inadequada pode, por exemplo, tornar um movimento benéfico em prejudicial.

No mundo esportivo, a Cinesiologia ajuda-nos a atingir o chamado movimento de elevada eficiência, no qual conseguimos realizar determinado movimento com menor gasto de energia e no menor prazo possível.

A Cinesiologia auxilia a correta execução de determinado exercício e, dessa maneira, contribui para que problemas de sedentarismo e obesidade (decorrentes da falta de pratica de exercícios físicos) possam ser combatidos.


Breve história da Cinesiologia

O início dos estudos cinesiológicos é atribuído ao filosofo grego Aristóteles (384 322 a.C). Em seguida a Aristóteles, outro nome de grande importância foi Galeno (131 – 201 d.C.), ambos no período da Antiguidade. A idade Moderna, por outro lado, não teve importância conhecida no avanço da Cinesiologia, talvez em virtude do cristianismo.

O avanço no campo de estudo do movimento humano voltou a ocorrer por volta do ano de 1200, com o início do Renascimento e a consolidação de diversas universidades na Europa.

Dentre os principais nomes do Renascimento está Leonardo da Vinci. Realizou mais de 200 desenhos de anatomia do corpo humano e ainda descreveu o movimento humano em diferentes situações.

Galileu (1564-1642) também foi um pesquisador importante, escrevendo tratados sobre queda dos corpos e movimento pendular. Foi perseguido pela inquisição.

Assim como Galileu, Alfonso Borelli (1608-1679) foi um importante pesquisador do movimento humano perseguido pela inquisição. Conseguiu publicar duas obras graças à proteção da rainha da Suécia na época, a rainha Cristina.

À época, Borelli chegou inclusive a tentar explicar os efeitos da contração muscular, mas não acertou devido ao desconhecimento de alguns fatores na época, como a eletricidade no tecido muscular por exemplo.

Isaac Newton (1642-1727) contribuiu com a Cinesiologia ao publicar “Princípios matemáticos de filosofia natural”, no qual fundamenta a mecânica clássica. James Keill (1673-1719) desenvolveu vários métodos de cálculos matemáticos na fisiologia, sendo importante para muitos estudantes, assim como Willian Cheselden (1688-1752) que contribuiu enormemente para a Cinesiologia com a obra Anatomia do Corpo Humano.

Marie Françoise Bichat (1771-1802) identificou diferentes tecidos do corpo humano. Edward Muybridge (1830-1904) não era médico nem pesquisador, mas contribui com o estudo do movimento ao fotografar sequencialmente mais de 40.000 pessoas e animais em diferentes atividades.

Etténne Marey (1830-1904) atuou em conjunto com Muybridge realizando diversos estudos sobre o movimento humano e realizando avanços nas técnicas de filmagem.

Jules Amar (1879-1935) estudou o movimento humano no ambiente de trabalho. É considerado o primeiro estudioso do campo da Ergonomia.


A Cinesiologia se firma como ciência a partir do século XX e tem base suficiente para justificar os métodos empregados no ramo da educação física.