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segunda-feira, 20 de junho de 2016

O estudo orgânico de Wallon

Henri Wallon deu uma importante contribuição para o ser humano com uma teoria que abrange toda a infância do ser. Para a Psicologia e Pedagogia, o trabalho do desenvolvimento humano de Henri Wallon foi de grande valia pois enfatizou sua interface com a educação.
Wallon foi criado em um ambiente medicinal, formando-se em 1908. Sua teoria tem correlação com as concepções de três autores fundamentais - Skinner, Piaget e Vygostki. Nós, autores deste trabalho, escolhemos a teoria de Henri Wallon para um estudo histórico. Diante disso, este artigo tem como objetivo apresentar o que determinam o desenvolvimento através de uma abordagem introdutória repleta de ambivalências e desafios. Wallon, por um lado, tem cada vez mais desvelado o lugar opressor como algumas reformas parciais no plano educacional, enquanto que por outro lado revolucionou em grande parte o modo de pensar das pessoas.
Além de sua formação médica, Wallon ao mesmo tempo tinha estudo em filosofia. Por isso, outras questões surgiram em seu trabalho, como o que mais oferecer ao professor. Wallon focaliza a afetividade em sua totalidade humanas e social. Inicia sua corrente filosófica com os conceitos principais de J. B. Skinner, seguido de J. Piaget.
Wallon trabalhou na guerra e não se esqueceu do papel do homem não social, o homem considerado como uma molécula isolada na concepção do resto de afetividade de campo de batalha. Ao ser enganado e, contudo, na alvorada de uma pedagogia explicita, o homem conclui textos que apresentam analises da educação (JACÓ-VILELA, 2005).
Ao se tratar da experiência na área da educação, e para atuar de forma significativa na mesma, o professor precisa compreender o processo de desenvolvimento da criança (ARANTES, 2003). Os esforços nesse sentido implicam buscar uma maneira para que este equilíbrio ocorra, conforme nos aponta o vasto material colhido por Wallon.
O material colhido por ele entre 1909 e 1912 aponta que são necessários interlocutores para mostrar como o ensino pode criar intencionalmente condições para favorecer o processo de aprofundamento cognitivo, proporcionando a superação desse estado de dispersão e fragmentação a que as crianças estão sujeitas nos estágios iniciais de vida.
O trabalho de Wallon divide as primeiras etapas do desenvolvimento. A mais extensa delas, a emocional, é a fase de reconhecimento do saber pertinente aos avanços próprios de tal período. Este é um tema em estudo e, pela oposição entre conhecimento inteligível (abordagem objetiva) e sensível, cientistas que se debruçaram sobre a temática parecem não ter concordância entre si. Tal separação parece ter sido motivada por fatores históricos e nos têm conduzido a uma visão parcial e distorcida da realidade de Wallon.
Com reflexos nessas reflexões, introdução as intervenções pedagógicas, recomendadas por Wallon e que impedem que se reconheça os distúrbios sociais desse período emocional. Aliás, esse período, cuja maior preocupação gira em torno da discussão sobre o ser organicamente social acerca os fenômenos afetivos, representa a maneira como os estudos dos cientistas acontecimentos repercutem diferenciadas com relação ao trabalho de Wallon sobre as emoções, os sentimentos e as paixões. "Ciência híbrida, situada na intersecção entre dois mundos” dizia o ex-médico.
Cerisara aponta a influência do período como médico ao evidenciar as habilidades exigidas para estudo tão denso como o realizado por Wallon (1197). O próprio mestre acredita que isso não signifique um menor valor ao seu princípio da inteligência ou ao seu trabalho como um todo. As afirmações por ele pronunciadas só podem ser compreendidas a partir de uma investigação histórica. Na leitura de sua obra, notamos que inclui os textos referentes à teoria sobre a necessidade de estudar também a involução do ser humano e o condicionamento que estes têm nos períodos finais de sua vida. Tal tipo, também conhecido como condicionamento clássico ou respondente, ocorre principalmente após o surgimento de algumas doenças e focaliza o processo interno dessa construção.
Partindo desta perspectiva de construção interna, a psicogenética da teoria walloniana apresenta quase que exclusivamente notável estudo do desenvolvimento cognitivo. Quer dizer, à gênese da inteligência, na qual Wallon dedicou grande parte de seu trabalho. Outro ponto de destaque da teoria psicogenética é com relação às emoções.
A pesquisa tradicional de Wallon, quer, ao questionar as características negativas do trabalho, evidenciar o avanço no estudo da perda facial, riso, lágrimas, fontes das emoções no ser humano. A emoção tem o papel de unir os indivíduos entre si por meio da expressão de afetividade e bem-querer. Rapidamente o leitor que se debruçar sobre a obra perceberá que os relatos das condutas das crianças apontam um conjunto de abordagens variadas nos estudos das emoções, mas com alguns testes percebe-se que o novo não estava presente nos elementos iniciais (CALIL, 2007).
Na base do trabalho de Wallon, que inclui as metodologias referentes à teoria cognitiva, é notável a influência do período que participou como médico do exército francês, conforme já dito anteriormente neste mesmo texto. Mesmo ao ser identificada e confrontado, a teoria ainda assim se divide em duas etapas, sendo a primeira de base mais orgânica, chamada também anabólico. A outra base, conhecida como catabólica, é mais internalizada. As divisões teóricas serão parceiras constitutivos da vida psíquica, conforme Wallon mostra em seu trabalho.
Repleta de sentidos, tanto histórica quanto culturalmente, notamos na teria walloniana a presença uma estruturação semelhante à dos organismos vivos, claramente influência de seu período como médico. Ao explicar o desenvolvimento do bebe ao adulto de sua espécie, por exemplo, Wallon permite se deixar comparar a organização de um primeiro modo de consciência do bebê com o funcionamento do metabolismo celular, na qual os papéis da assimilação e da acomodação cognitiva seriam representados pela fagocitose das células. Wallon afirma ainda que esses processos da adaptação no período de evolução também possuem um lado emocional na assimilação, de aspecto social.
Do mesmo modo que Piaget divide sua teoria do desenvolvimento Cognitivo, em Wallon se observa uma aproximação ao dividir o ser humanos em fases com características afins. Entre a alternância do aperfeiçoamento motor e cognitivo ao desenvolvimento profissional, o ser humano passa por diversas. Procurando fundamentação para seu trabalho, e baseando seu estudo em uma teórica influenciada pela medicina, Wallon cita a primeira fase do ser como marcada pelo desenvolvimento da motricidade para o completo domínio funcional.
Ferreira e Acioly-Regnier nos mostram em seu trabalho a maneira entre as quais vai se distribuir as fases do desenvolvimento e o estudo das etapas que a criança passa, a saber (2010, p.23): da afetividade para o desenvolvimento motor e deste para o conhecimento, terminando por último no desenvolvimento da pessoa. Tal processo percorre o chamado tripé walloniano (CERISARA, 1997, p.40) que compreende a filogênese, a patologia e a involução. O ponto de partida para a formação de uma metodologia que compreendesse todos os estágios do desenvolvimento humano, com todos os hábitos estava então definido.
            São períodos de euforia e tristeza, coragem e covardia, amor e descaso que se fazem presentes na dinâmica humana e que, de uma forma geral, foi muito bem explicado e abordado por Wallon. Entre os psicólogos, o caso de seus estudos sobre a psicomotricidade, os mecanismos da compreensão humana, etc., são importante fonte de estudo e referência para o desenvolvimento humano.
Segundo a teoria walloniana, no começo, há a ocorrência do movimento, imagem que ilustra bem o período inicial do ser humano, marcado por impulsos. Para onde quer que se volte, a existência da emoção começa a aparecer e se desenvolver no segundo período de Wallon. Uma cultura lúdica, conjunto de regras e significações (quantidade, constância, peso, volume), são marcas constantes no desenvolvimento da inteligência, principal meta do terceiro período. A descontração, capacidade de seriação, entro outras personalidades, correspondem ao quarto período, onde ocorre o desenvolvimento da personalidade.

domingo, 19 de junho de 2016

Wallon

Biografia e introdução
Wallon viveu seus 83 anos em Paris (1879-1962). Foi médico de batalhão durante a Primeira Guerra e trabalhou para a Resistencia na Segunda. Filiou-se ao partido comunista semanas depois que os nazistas fuzilaram Politzer. Presidiu a comissão que elaborou um projeto de reforma de ensino para a França de teor tão avançado que permanece parcialmente irrealizado. Wallon concebe o estudo como trabalho social mediato, e prevê para os estudantes a partir do segundo grau um sistema de pré-salários e salários.
Sua formação, tendo a marca da filosofia e da medicina, recebe frequentes inserções da psicologia na corrente do pensamento ocidental até suas origens gregas, e a preocupação permanente com a infraestrutura orgânica de todas as funções psíquicas que investiga.
A matéria-prima de seus estudos foram observações de mais de duzentas crianças doentes, casos de retardo, epilepsia, anomalias motoras em geral. Este material, colhido entre 1909 e 1912, só foi apresentado como tese e publicado depois da guerra (1925), quando a experiência clínica com adultos traumatizados renovou e aprofundou suas conclusões. Resultou disso L’enfant Turbulent, republicado na França em 1984, com prefácio de Tran-Thong, que insere suas conclusões no cenário dos trabalhos neurológicos recentes.
Sua psicogenética tem como ponto de partida o patológico. A utilização da doença como um elemento necessário à compreensão da normalidade fica assentada desde o início. Ele não atua apenas como medico preocupado que considera a doença uma experiência natural, a forma de experimentação mais apropriada à psicologia. Em sua concepção metodológica, à psicologia convém um tratamento histórico (genético), neurofuncional, multidimensional, comparativo. As funções devem ser estudadas evolutiva e involutivamente, partindo das suas bases neurológicas e comparando-as com suas equivalentes em diferentes espécies humanas em diferentes momentos da história humana individual e coletiva. É equívoco classificar de organicista sua proposta, visto que genético abrange a dimensão da espécie e abre espaço para incorporação dos resultados da “psicologia história”. E ainda para Wallon o ser humano é organicamente social, isto é, sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar.
O método adequando para a psicologia é a observação. Suas observações em L’enfant Turbulent são constituídas essencialmente pelo relato da conduta da criança em seu ambiente (no caso, o hospital), e alguns testes são utilizados, parcimoniosamente, apenas como forma de completar as estruturas retiradas da observação. Wallon concebe a psicologia como ciência qualitativa: não há preocupação nenhuma com a quantificação dos resultados. Quanto à analise, Wallon opta pela genética, única forma, a seu ver, de não deixar perder a integridade do objeto. 

L’enfante turbulent, obra germinal, contém em embrião todos os grandes temas que serão retomados e aprofundados: movimento, emoção, inteligência e personalidade. Falta apenas a perspectiva pedagógica, que mais tarde virá a pesar muito.