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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

História da Dança - parte 1/4


A Dança na Índia Milenar

Sempre existiu, através do tempo e do espaço, conflitos que se traduziam pela necessidade da disciplina pretendida pelo educador e a liberdade reclamada pelo educando. Foram os filósofos que trouxeram ao campo da pedagogia as influências do Hedonismo. Segundo Penna Marinho, esta visão educacional nasceu após o Renascimento, quando “especialistas especularam sobre os fundamentos da Educação e advogaram para as crianças mais liberdade, mais alegria, mais felicidade, reagindo contra situações em que elas se encontravam perenemente ameaçadas, amedrontadas e castigadas” (Penna Marinho, 1984:42).

Se estudarmos a vida de qualquer povo, das civilizações mais primitivas até nossos dias, encontraremos sempre como expressão de uma cultura e como educação das crianças aos jogos, os desportos e a dança.

As Danças, em todas as épocas da história e/ou espaço geográfico, para todos os povos é representação de suas manifestações, de seus “estados de espírito”, permeados de emoções, de expressão e comunicação do ser e de suas características culturais. É ela que traduz por meio de gestos e movimentos a mais íntima das emoções acompanhadas ou não de música e do canto ou de ritmos peculiares.

Como toda atividade humana, a Dança sofreu o destino das formas e das instituições sociais. Assim, estas perspectivas abrem uma relação entre as peculiaridades, características e o caráter dos movimentos dançantes e o desenvolvimento sociocultural dos povos em todos os tempos.

Desde tempos imemoráveis, a Dança como atividade humana é forma de manifestação, a primeira, também como comunhão mística do homem com a natureza e com os deuses. As expressões dinâmicas das emoções do homem primitivo – dança-ritmo – procuravam estabelecer um encontro consigo, com os outros e com as forças da natureza. Pressionada pelo ritmo natural, a dança na vida do homem primitivo presidia a todos os acontecimentos – nascimento/morte; guerra/paz; cerimônias religiosas e de iniciação; tinham emocionalmente um caráter ritualístico. Esse sentido da dança-magia do homem primitivo, que presidia a todos os acontecimentos de suas vidas visava sempre o mesmo fim: a saúde, a vida, a fertilidade, o vigor físico e sexual marcado pelo caráter religioso, terapêutico, estético e educativo.

Como educação das crianças entre povos primitivos ainda hoje a Dança deve proporcionar situações que lhes possibilitem desenvolver habilidades várias de possibilidades de movimento, exercer possibilidades de autoconhecimento e ser agente efetivo da harmonia entre a razão e o coração.

A dança dos hindus, irmanada aos atributos de Shiva, que juntamente com Brham e Vishnu foram a trindade básica do hinduísmo, é uma concepção filosófica e religiosa. A dança de Shiva foi considerada por Rodin como a mais elevada concepção do corpo em movimento onde quatro braços simbolizam o poder: os dois da direita têm função criativa, estendem-se para abraçar e tocar o “damar” – tambor para despertar a vida; os dois da esquerda manifestam destruição, aponta o inimigo vencido e o outro exige o fogo imolador.

Com o mesmo sentido de criação-destruição-recriação há também a Dança de Krishna, outro deus hindu tido como a oitava encarnação de Vishnu. O jovem Krishna aniquila com sua dança a serpente que envenenava a água do rio.

Sempre inspirado na atividade divina, a Dança na Índia segue os conceitos de energia, sabedoria e a arte brotam de uma mesma raiz divina que produz e coordena a vida. Esses conceitos se relacionam dentro de um raciocínio que nada tem a ver com a lógica ocidental. Expressam a integração de elementos opostos – espírito e matéria – gerando o ritmo da natureza que tanto passa pela contemplação mística quanto pela sensualidade; não separa o sagrado do profano. Tem assim a dança do povo hindu um caráter de intervenção e volta-se sobre este prisma para o caráter educacional.

Os pioneiros da dança moderna, como François Delsarte, Ruth Saint-Denis e Ted Shaw, usaram-na para a educação corporal e espiritual.

Na Índia milenar, a Dança segue quatro estilos ou correntes coreográficas com concepção de drama: “Bharat, Natyam, Kathakali, Manipuri e Kathak”. No momento, cumpre esclarecer a última citada a contar “histórias educativas” e mostra uma forte influência islâmica nos temas dançados. O intérprete deve ser hábil em expressar a narrativa linear bem como todas as sensações que a mesma desperta nos educandos.

Essas danças na Índia permanecem arraigadas à cultura hindu graças à permanência de danças vinculadas às tradições milenares, resguardadas em seus temas e as suas formas de execução.

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