Mensagem do dia:

Mensagem do dia:
Como me agradar? Basta mandar um convite para churrasco!

sábado, 1 de dezembro de 2018

História da Dança - parte 2/4


Japão


As danças no Japão, variadas e espontâneas, integravam festas rituais como o plantio do arroz, a da noite do retorno das almas, a da floração das cerejeiras, a barca das lanternas.

Masculinas ou femininas, estas danças ilustram lendas ou crenças sobre a relação entre divindades e natureza. A teatralização de costumes populares e práticas religiosas que a dengake a surugaki se assemelhavam às pantomimas romanas e se alternam entre o enfoque dramático e cômico (Portinari, 1989: 46).

As peças caracterizam-se por enredos que mesclavam o natural e o sobrenatural.

Entendemos o ensino da dança antes da chegada do Ballet somente pelo seu aspecto de tentar reunir influências do xintoísmo e do budismo como forma de interpretação para o povo através de seus rituais.

Portinari analisa como primeiros codificadores do gênero “Nô” que ressaltavam os aspectos acima mencionados identificando com Kanmani/Kyotsugo (1333-1384) o seu filho Searni (1363-1444) que selecionara temas e escreve diversas peças.

Entendemos o “Nô” como uma dança antiga de cunho expressivo capaz de passar mensagem através de uma comunicação corporal que educa o povo.

Mais do que outros países orientais, o Japão abriu-se às influências estrangeiras convivendo em igual significação o tradicional e o moderno na cultura japonesa, e o Ballet ganha no Japão muitos adeptos.

China

 
Na antiga China, a Dança teve lugar privilegiado na corte imperial; integrava-se a dois princípios básicos da cultura chinesa representados pelo Yo, a música, e Li, os rituais. Através desses ritos, honrava-se a memória dos ancestrais e o espírito do Grande Mestre (Deus, guia) que representava a fonte da virtude.

Com o domínio da dinastia dos Chou (1122-225 a.C.), a China alcança o maior esplendor de sua cultura. Foram fundadas escolas em sistemas verticais (que hoje corresponderia ao sistema atual) dentro das quais se praticavam lutas, desportos e danças. Dentre as danças na Educação, a dança das espadas era praticada pelo exército e nas escolas, creio, como forma de dar forças e vigor físico e desenvolver a coragem e o destemor.

No reinado de Chum Huang Ti que sobe ao trono aproximadamente em 246 a.C., era usada uma pantomima bélica, que representava a vitória do soberano sobre os nobres rebeldes. O superespetáculo de caráter didático era encerrado como educação dos súditos para fortificar a sua fiel obediência ao imperador-deus.

Na monarquia absoluta de Ying-Chang, as danças eram também praticadas. Com o imperador Han-Wu-Ti que sucedeu o anterior, estabelece o cerne da cultura chinesa e nela inclui danças realizadas em cerimônias com cunho educacional (Marinho, 1984: 35).

Egito e o Povo Hebreu


Dentre as civilizações antigas, cuja dança tinha caráter sagrado, se destaca o Egito. Como tal, a dança tinha um caráter eminentemente ritualístico, voltado para a adoração de divindades como Osíris, Isis, seu filho Hórus – trindade básica da religião egípcia.

Além do caráter sagrado das danças egípcias, havia também o cunho educacional. Entretanto, cabe ressaltar que o festival de Abydos realizava-se de acordo com indicações em hieróglifos e era garantido pelo ensino do esquema do Festival através de anotações. As indicações de hieróglifos (codificação dos ensinamentos) garantiam a repetição de um esquema. Portinari analisa que havia diretivas para a ação precedida pela identificação de cada deus. Os personagens usavam máscaras e executavam um gestual estipulado acompanhado de cantos e danças.

Devido a essa codificação do esquema do Festival de Abydos, os historiadores situam-na como ancestral do teatro.

Os hebreus, sendo uma austera civilização centrada numa divindade única e material, raramente utilizavam a dança no culto, pois são proibidos de representar seres vivos.

Há, entretanto, algumas alusões às danças nos livros como os salmos, mas sempre de forma vaga: Louvemos Javé através de cantos e danças.

O povo hebreu é o único a não ter transformado sua dança em arte, denota Bourcier (1970:17).

Segundo o historiador André Cagnot, os hebreus teriam aprendido a danças durante o cativeiro no Egito (Portinari, 1989, 22). Por este motivo, a Dança de Salomé, possivelmente como arte de sedução, teria conotações da arte egípcia.

Grécia


Os gregos deram importâncias à Dança desde os primórdios da civilização. Ela aparece em mitos, lendas, cerimônias, literatura e também como matéria obrigatória na formação do cidadão (Portinari:1989: 23).

Em Esparta Antiga, os jovens praticavam a embateria, ginástica rítmica que lhes dava resistência e agilidade necessárias à vida militar.

Em Atenas, só era considerado educado o homem que além da política e filosofia soubesse também tocar algum instrumento, cantar e dançar;

Portinari (1989, 34) relata: “Platão (428-347 a.C) refere-se à dança integrada ao aprendizado da música e do canto, dizendo nas LEIS que as artes corais são imprescindíveis ao homem educado”. 

Enfatiza, porém, que há duas espécies de música e dança: uma nobre e uma ignóbil. A nobre imita o que é belo e correto, devendo assim ser ensinada às crianças, pois contribui para o equilíbrio da mente e o aprimoramento do espírito.

O pensamento ocidental, sobre o qual Aristóteles exerceu poderosa influência, deu atenção às questões da Dança na Educação, mas como atividade profissional. Entretanto, a música e a dança lhe pareciam indignas do cidadão.

A Dança recomendada pelos filósofos gregos era aquela que cultivava a disciplina e a harmonia das formas.

Na Grécia, a Dança constituía parte fundamental da Educação: realizada de várias formas, era empregada a partir dos cinco anos até o limiar da velhice.

A educação, na Grécia, consagrada às crianças e jovens, era dividida em plano educacional, elaborada por Platão resumindo em cinco etapas. Era, entretanto, na primeira etapa que a música e a dança exerciam maior ênfase na formação dos jovens. Sócrates dizia: “Devemos começar pela música antes que a ginástica”. Para os gregos, a música era aliada ao movimento emocional; parte da educação das crianças de 7 aos 17 anos (Marinho, 1984: 50).

Os cantos e as danças visavam exaltar Apolo, o mais querido dos deuses para os gregos que acompanhavam-no com cantos.

Os espartanos usavam a dança como uma atividade de maior importância para a educação dos guerreiros, atribuindo-lhe elevada desenvolvimento de forma, sobretudo como meio de preparação para a luta e o pugilato. Consideravam-na de grande importância para a preparação corporal, que chegavam a dizer que os melhores dançarinos se convertiam nos melhores guerreiros.

Os gregos, com exceção do Ballet, conheciam todos os tipos de dança, afirma Diem. Das atuais às em desuso. Praticavam danças individuais, grupais e em grandes conjuntos. As mais comuns eram os rituais funerais, guerreiras e folclóricas, expressionistas e pantomímicas com motivos da natureza e com os ritmos da fecundidade. Algumas eram sistematizadas por uma série de exercícios para correções posturais e do movimento, hoje educação de movimento.

Pelo exposto, podemos perceber que as danças gregas abrangiam uma vasta forma de danças educacionais (Jordão, 1989, 111).

A filosofia era primordial para os gregos. Os filósofos Homero, Sócrates, Platão, Pindar, Sólon, Pitágoras praticavam também Danças. "Devemos dar ao corpo e ao espírito toda a beleza de que são capazes?", era uma máxima de Platão. Assim, a integração da filosofia às artes era objeto de inspiração para a educação da Grécia, destacando-se o canto e a dança como principais entre elas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário