Padrões básicos – princípios, necessidades.
O desenvolvimento dos padrões básicos deve ser desenvolvido
naturalmente através de estímulos, desafios e motivações extrínsecas do
professor pelo encorajamento e atividades prazerosas. Outro aspecto importante
na orientação pedagógica do dança-educador é a observação dos aspectos intrínsecos
do ser humano: ludicidade, agressividade e sexualidade incluindo também a transcendência.
Estágios e progressões a níveis são princípios necessários e
deverão ser observados, pois ainda servirão de orientação à toda a ação pedagógica.
Os estágios devem partir da orientação, da amplitude e
intensidade, duração e inter-relação da ação motora. Estes elementos e mais a observação
do padrão de movimento desencadearão a conscientização do corpo (das partes,
lados, frente, costas); conscientização espaço (consciência do corpo em relação
aos objetos, pessoas, direção, sentido); conscientização da força (consciência do
esforço dos movimentos, rápidos, lentos, suaves, rígidos, diluídos, etc.); a
conscientização de inter-relacionamento (consciência do corpo em equilíbrio
dinâmico, situações e encadeamento das sequências de movimento); a
conscientização do tempo e suas dimensões.
A nível hierárquico do estabelecimento da execução do
movimento constituem as progressões pedagógicas da ação motora estabelecidas em
um programa de Dança/Educação.
As atividades devem ser naturais, abrangendo as diversas famílias
(andar, correr, saltar, saltitar, equilibrar, rodopiar, girar, rolar, trepar,
pendurar, puxar, empurrar, deslizar, rastejar, galopar e lançar).
As ações
motoras deverão partir do simples para o complexo; das ações espontâneas para
as construídas (movimentos técnicos); do grau de intensidades menores para as
intensidades maiores em relação à dinâmica do movimento; de um número de vezes
(de repetições das ações) ideal para o aumento gradativo das mesmas; de um
tempo de duração curto, para o mais prolongado; de um ritmo mais relentado para
o mais rápido em relação ao tempo das sequências do movimento do peso total,
parte ou partes do corpo; das direções e sentidos do movimento em relação ao
espaço físico e da força como qualidade do uso da força muscular.
Os níveis de movimento são estabelecidos em relação à
taxionomia do domínio psicomotor (níveis, a subcategorias) assim estabelecidos
por Flinchum (1981, Proença, 1989).
A compreensão do Domínio Psicomotor
Quadro 1 – Taxionomia do
Domínio Psicomotor: Níveis e Subcategorias
- Flinchum, Desenvolvimento Motor da Criança, 1981
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Contínuo
da Taxionomia
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Níveis
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Definições
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Atividade
Comportamental
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1.10 Segmentar
1.20 Intersegmental
1.30 Supra-segmentar
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1.0 Movimentos Reflexos
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Ações produzidas em volição consciente, em resposta a um estímulo
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Flexão, extensão, alongamento, ajustamento postural
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2.10 Locomotor
2.20 Não locomotor
2.30 Manipulador
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2.20 Movimentos básicos e fundamentais
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Requisitos: nível 1.00
Formas de Movimentos inatos formados a partir de uma combinação de
movimentos reflexos e básicos de movimentos especializados complexos
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2.10 Andar, correr, saltar, saltitar, deslizar com um só pé, rolar,
trepar.
2.20 Empurrar, puxar, balançar, girar, agachar, esticar, inclinar,
contorcer-se.
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3.10 Discriminação cinestésica
5.20 Discriminação visual
5.30 Discriminação auditiva
5.60 Habilidades coordenadas
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3.00 Habilidades perceptivas
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Requisitos: nível 1.00 a 2.00
Interpretação de estímulos das várias modalidades que proporcionam
dados para a criança adaptar-se ao seu meio ambiente
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Os resultados das habilidades perceptivas são observáveis em todo
movimento voluntário. Exemplos: Auditivo: seguir instruções verbais
Visual: segurar uma bola em movimento.
Cinestésico: ajustar o corpo na posição vertical para manter o equilíbrio Tátil – determinação da textura através do tato Coordenação: pular corda, chutar a bola no ar |
4.10 Resistência
4.20 Força 4.30 Flexibilidade 4.40 Agilidade |
4.00 Habilidades físicas ou qualidades físicas
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Características funcionais de vigor orgânico essenciais para o
desenvolvimento das destrezas e movimentos altamente especializados
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Todas as atividades que exigem esforço árduo por longos períodos de
tempo.
Todas as atividades que exigem esforço muscular. Exemplos: levantamento de peso, luta corpo a corpo Todas as atividades que exigem grande movimento dos quadris. Exemplos: dar pontapés, hiperextensão da coluna, exercícios de ginásticas rítmicas, balé. Todas as atividades que exigem movimentos rápidos e precisos. Exemplos: correr em velocidade com esquivas, escrever a máquina, livrar-se de boladas. |
5.10 habilidades adaptativas simples
5.20 habilidades adaptativas compostas 5.30 habilidades adaptativas complexas |
5.00 movimentos especializados
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Um grau de eficiência para o desempenho de exercícios motores
complexos, baseados nos movimentos fundamentais e básicos
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Todas as atividades especializadas formadas a partir de formas
motoras locomotoras e manipulativas inatas do nível de classificação 2.00
estas atividades nítidas nos desportos recreativos, dança e áreas artísticas que envolvem movimentos finos. |
6.10 movimentos expressivos
6.20 movimentos interpretativos
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6.00 comunicação não verbal
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Comunicação através dos movimentos corporais desde as expressões
faciais até as coreografias sofisticadas
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Postura, gesto, expressões faciais, todos os movimentos de dança,
ginástica rítmica e coreografias especializadas executadas eficientemente.
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