A Dança na Roma Antiga
“As formas criadas e registradas nas pinturas e esculturas foram de tamanha beleza que mais tarde tornaram-se objetos de inspiração e estudo por parte dos que se propuseram a organizar o ensino da Dança e aos reformadores da época moderna” (Knackfuss, 1988, 26).
Também entre os romanos, apesar de menor intensidade e
diversidade, a Dança se fez presente em sua educação.
As mulheres eram educadas nos “gineceus” para as tarefas do
lar e algumas vezes aprendendo danças, música, poesias e canto.
Os exercícios físicos em Roma eram praticados com
finalidades militares e não com a preocupação estética dos gregos. Entretanto,
o jovem aos 16 anos, ao entrar na escola de retórica, também recebia como
educação estudos complementares de ciência e artes, onde a música e a dança
pouco a pouco ganhavam aceitação (Marinho, 1988: 61-62).
Os grandes jogos ou “Romanos” eram celebrados em setembro e
abril estabelecidos pelo primeiro imperador Rômulo para comemorar os raptos das
Sabinas.
As festas começavam no Capitólio de onde descia uma caravana
profissional até o Circo Máximo. Em meio da caravana. Além de várias categorias
sociais, também incluíam tocadores de flautas e dançarinas cuja arte provinha
das artes etrusca, árabe e grega, após o domínio destes povos pelos romanos.
Entretanto, segundo Knackfuss (1988, 27), em Roma a dança
experimenta um declínio devido ao profissionalismo para a diversão. Os
dançarinos migraram para Roma em busca de fama e prestígio. Entretanto, não
encontraram ambiente profícuo, porque a dança romana só fazia parte de rituais
religiosos.
Com o interesse pelas danças gregas e etruscas, por volta de
200 a.C., a dança assume importância na vida privada. Cada família de
patriarcas mantinha um professor grego para que as coreografias fossem
ensinadas aos filhos restringindo-se, entretanto, às representações de
movimentos. A dança romana espetáculo é marcada pelas pantomimas e danças
imitativas do Oriente. Só não tomava parte na vida espiritual de Roma como para
dos gregos.
Percebendo o seu desnível em relação aos gregos, os romanos
contrataram professores para reproduzir a dança de outros povos. Com isso, o
ensino da Dança passa a ser institucionalizado pela primeira vez na história da
dança, para atender uma determinada classe social – a dos patrícios.
Idade Média - a Dança colocada de lado
A similaridade de Roma, na Idade Média, com a estratificação
de classes sociais, os senhores feudais colocavam a seus serviços professores
de dança.
O ensino da dança se estabelece com duas tendências: de um
lado o poder dos aristocratas pela solicitação da vida palaciana com seus
gestos e movimentos refinados executam danças características e peculiares à
sua classe social, enquanto do outro lado, os anseios das comunidades
campesinas reunidas em sociedades e cultos secretos preservam as formas
tradicionais das manifestações populares.
A Idade Média, período longo que se estende de 476 a.C. até
1453, com a tomada de Constantinopla pelos árabes, pouco espaço cedeu à Dança.
Esse período chamado pelos renascentistas de “Idade das Trevas” manteve um
clima de instabilidade e proibição para as danças, dada a substituição da
autoridade civil pela autoridade eclesiástica graças à forte interferência do
cristianismo triunfante.
Algumas vezes era dúbia a atitude da igreja e a dança era
condenada por um lado e tolerada por outro. Nas pregações meio
intervencionistas da Igreja na forma de educar os cristãos, a dança era
destronada graças a certo episódios bíblicos como o martírio de São João
Batista, decorrente da sedutora dança de Salomé.
Entretanto, o uso de danças de caráter místico foi comum
dentro das Igrejas, como forma da mesma canalizar para o culto os fiéis
necessitados de se educar na palavra de Jesus: se dançava as carolas, espécie
de roda em torno do altar.
A dança, de uma forma geral, hibernou por vários séculos até
que no Renascimento surge através da dança macabra – uma espécie de histeria
coletiva – o teatro religioso com cunho educativo, ou seja, o de submeter o
homem em cenas de submissão aos desígnios divinos, forma de intervenção ou
educação.
Educar os neófitos, na nova fé, a dança com narrativas
fantasiosas era um apelo para a dança teatral com elementos e enredos de apelo
popular que durou até o século XVIII nos países da Península Ibérica e na
Itália.
A intervenção de cunho educacional era tão forte, graças à
força do enredo que misturava passado e presente:
- Danças de interlúdio executadas na “boca do inferno” (representações);
- Atores com máscaras de caveiras dançavam de foice em punho.
Após a austera doutrina de Lutero com repressões às danças
pois as mesmas impediam a representação das passagens bíblicas, a dança na
Idade Média hibernou fortemente. Mais uma vez a Igreja a reprimira.
A Dança na Renascença também sofre influência das ideias
humanistas: expressar um conceito de beleza em que o corpo e espírito deveriam
formar um todo harmonioso.
Desde meados do século XIV o reflorescimento é influenciado
pelo início de uma nova era.
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