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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

A história da Dança - parte 4

Finalizando nossa série sobre a história da Dança

Nova era na História da Dança

A consciência do homem como senhor de si mesmo e do mundo, sepultou os padrões medievais e revolucionou o pensamento e a estética.

Em Florença, Lourenço de Médici lança a moda dos “trionfis” que duravam vários dias.

A coreografia dos triunfos era majestosa e os próprios nobres serviam de intérpretes. Imitando a antiga Grécia, a dança passa a fazer parte da educação dos nobres. Tornava-se necessária a figura do mestre de dança que ensinasse os passos e fizesse a remarcação da coreografia em torno do tema escolhido pelo nobre que o empregava; geralmente eram judeus convertidos.

Batalha analisa que por volta do século XIII, iniciou-se a distinção entre as danças dos camponeses e a dança dos nobres. Basicamente, consistiam nas mesmas danças, contudo, os cavaleiros cultivavam a galanteria e com roupas mais refinadas modificaram os movimentos para adaptá-los à limitação de movimentos no tronco e eliminação das danças altas (executadas com saltos). Este é um ponto de partida para a separação entre as danças populares dos camponeses e as danças eruditas praticadas pelos nobres. As classes camponesas continuavam a ser ensinadas pelas famílias e comunidades e os da corte iniciam um processo de ensino específico de aperfeiçoamento de movimentos, tornando-se cada vez mais complexo seu aprendizado (Batalha, 1928: 28).

De acordo com o gosto vigente, os ballets assim chamados se desenrolavam em torno de temas da antiguidade clássica grega e seu cunho educacional além da educação dos passos e gestos requintados, ora tinham conotações pejorativas ora de exaltação da nobreza. O tema “Circe”, feiticeira lendária, identifica Catarina de Médico como a mesma: ambas tinham o poder de transformar pessoas naquilo que desejassem.

A distinção de danças para indivíduos de diferentes classes sociais proporcionou um acréscimo de contribuições e conhecimentos para os da classe aristocrática que causaram ao ensino um afastamento cada vez maior dos objetivos renascentistas de integrar globalmente o ser humano.

Com o virtuosismo italiano e a finesse francesa, a dança que já se academizara, transforma-se em dança teatral, para espetáculos. Estabelece, assim, um hiato entre a Dança/Educação e a Dança/Arte.
Após a definição do academismo, o ballet se desenvolveu acrescido de novos estilos e influências no estilo.

Segundo Knackfuss (1988, 31), os primeiros estudos científicos aplicados à dança foram efetuados por John Weaver que, em 1721, ao escrever Anatomical and Mechanical Lecture upon Dancing forneceu os primeiros fundamentos para que a instrução de dança se beneficiasse dos conhecimentos do corpo humano.

Em pleno reinado Romântico, no século XIX, a Itália tornou-se centro do ballet e contribuiu com inovações no vestuário para a criação de um código mais completo: são criadas as sapatilhas de pontas e os tutus românticos (saias de gaze leves) que revitalizam os conceitos técnicos pela possibilidade de maior amplitude de movimentos e de leveza na execução.

Baseado na geometria, Carlos Blasis cria o “Code de Terpsicore”. A estrutura do código permitia aos bailarinos executar com precisão os passos e sequências dos movimentos. Os bailarinos, dentro de linhas e ângulos elaboravam as formas do corpo com bases nas cinco posições do pé “en dehore”.

Foi o ensino da Escola Imperial Russa que ligou os elementos tradicionais do ballet aos elementos do folclore russo, espanhol e de outros países permitindo enriquecer o ensino da dança de novos estilos, graças ao genial Petipa e Cocchetti. Assim, o repertório coreográfico exercia exuberância e a criatividade.

Com os Ballets Russos de Diaghilev excursionado pela Europa, Estados Unidos e América do Sul, desencadeia como consequência novas tendências à dança do nosso século. Entretanto, o ensino do Ballet como arte teatral sempre objetivou a preparação de profissionais para espetáculos, exigindo de seus executantes determinada somatotipologia que deveria atender as características dos métodos, cuja nomenclatura é ensinada em francês.

A partir do século XIX começa um movimento contra a formalização do aprendizado da dança. As duas correntes, a moderna, que surgia, e a acadêmica tradicional, passam a possuir divergências estruturais em suas teorias fundamentais filosóficas onde são exigidos aos professores competências diferentes de ensino. É que o Impressionismo, que influenciava outras manifestações artísticas também se estabelece entre a arte de dançar. Com características bem diversas, a nova tendência da Dança se originou de princípios filosóficos a partir das teorias Rousseau, Marx, Darwin e convergem para o movimento expressivo do homem, introduzindo ao ensino da dança outros valores e atitudes e, consequentemente, habilidades e conhecimentos mais abrangentes das possibilidades do movimento.

Nesse panorama do século XIX, surgem vários inovadores, dentre os quais se destacam três principais precursores desde movimento de dança.

Jacques Dalcrose, que criou o método denominado “Eurritmia”, descoberta da reprodução dos sons e ritmos reproduzindo-os no corpo que dava liberdade de criação aos alunos. A eurritmia influencia a dança fortemente devido ao preparar, com essa influência, certas correntes do nosso século.

Isadora Duncan (americana), de inspiração filosófica em Platão, cujo ideal era o bem-estar comum através da arte e em Witman cuja ideologia nacionalista previa para o americano ser a civilização do futuro. Com bases no naturalismo de Rosseau, Isadora assim antevia a dança com os movimentos partindo do interior de cada ser de forma impressionista.

Rudolf Laban, que integrando a dança a outras artes, estudou o domínio dos movimentos, criou um sistema de anotações e incluiu elementos interpretativos ao processo de ensino da Dança.

Assim, o ensino da Dança Moderna, segundo as diretrizes de seus precursores, deve ter como base as leis que regem a mecânica corporal; deve ser uma expressão global do corpo, onde a emoção, sensibilidade e criatividade se tornam o foco central, ou seja, se convertem em uma expressão máxima ensejando a possibilidade de se auto realizar e de se autoconhecer exercida de forma contextual pelos que a exprimem.

Dessa forma, a Dança, não mais privilégio de uma classe, se torna uma forma de desenvolvimento e aprimoramento do homem, possibilitando enveredar para os caminhos de sua auto-realização. Assim, o Ensino da Dança Moderna se permitirá integrar o Currículo Escolar.

Para tal, ousamos propor e sugerir alguns princípios, fundamentos e aspectos que cerceiam a Dança da Pré-Escola à Universidade.

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