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terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Elementos estruturais da Consciência Corporal

O corpo possui, portanto, uma dimensão subjetiva. É através da subjetividade do ser, em sua dimensão histórica, que este expressa e manifesta sua iniciativa e segurança, revela o significado da vivência corporal, suas dificuldades e necessidades, através de uma simbologia própria que contém o aspecto afetivo e emocional externado pela comunicação não verbal. Esta comunicação, através do corpo, é veículo de expressão do inconsciente e filtra sem freios, sem castrações e emoções pelas metáforas. Esta perspectiva possibilitará ao educar penetrante na subjetividade do educando uma vez que a linguagem corporal filtrada será livre e espontânea.

É essa uma forma de expressão (ex-pressão = fora de pressão) ou expressão não verbal de ordem simbólica. A nível de corporeidade, a linguagem corporal estrutura a vivência do corpo liberando e focalizando no discurso do mesmo, sua análise e as justificativas das experiências vividas em conteúdo simbólico dos diferentes comportamentos corporais espontâneos. Estes possibilitarão reconstruir e integrar os elementos estruturais e as inter-relações pessoais. São eles: o esquema corporal, imagem corporal e o ego corporal.

Resumo

Consciência Corporal com estrutura perceptiva-motoras tem por base componentes internos (atenção visual, dimensão espacial, acuidade e discriminação espaço/temporal e identificação das partes do corpo, etc.) e componentes externos (direcionalidade, orientação espacial, lateralidade e outras).

Esquema Corporal com estrutura sensório-motora e a organização a nível do sistema nervoso.

Imagem Corporal com estruturas cognitivas é o esboço do corpo imaginário, é a representação mental do corpo na tela do Ego induz a existência de corpo; estabelece relação com o histórico pessoal, com a família, consigo mesmo.

Ego Corporal é a percepção do corpo, com qualidades (fortes) e características (magro); é o corpo vivido, experimentado a nível de identificação das primeiras imagens do corpo identificado com o seu próprio “eu”. A imagem corporal representa o corpo na tela do Ego; sendo este mediador entre o indivíduo e o meio ambiente, revela a imagem senso-perceptiva com operações de associações, reflexões e reações. Pelo Ego percebemos, coletamos, operamos e nos firmamos em nosso mundo interior e exterior. É autoestima, autoafirmação, tão importante na estruturação da identidade do SER.

Esquema


Percepções Sensoriais das Dimensões Corporais
(Nanni, 1989)

Esquema Corporal

Pesquisas mostram que as significações dadas atualmente ao “corpo na educação” se resumem em duas grandes correntes:
A primeira se debruça sob os aspectos simbólicos do “corpo” da inspiração psicanalítica;
A segunda, inspirada pelas técnicas de educação pelo movimento onde o corpo-objeto estabelece conexão com a linguagem verbal tem como base a educação psicomotora de Le Boulch.

O esquema corporal fruto de longa progressão de estudo dos neurologistas, psiquiatras, psicopedagogos que se interrogam sobre as sensações, percepções e integração do corpo e as conexões das inter-relações da criança no mundo dos outros, com o objeto, consigo mesmo. Aspectos funcionais do corpo quanto os aspectos psicológicos levam-nos a considerar e questionar sob este enfoque com muita seriedade e persistência.

A estruturação do esquema corporal é a etapa pela qual a criança vive o seu corpo pelo comportamento motor global, utiliza o corpo para movimentar-se e pelo conhecimento progressivo do reconhecimento do corpo como objetivo, age e toma consciência das possibilidades de transformar o mundo que as rodeiam.

A maturação corporal e a estrutura sensório-motora cuja ação a nível do sistema nervoso pela mielinização progressiva lhe permite utilizar melhor o corpo percebendo-se e percebendo os seres e as coisas em função do seu “próprio corpo”. Le Boulch postula que o esquema corporal é de fundamental importância para a aquisição das noções do desenvolvimento psicomotor e as ações em geral que a criança estabelece com relação ao mundo. É a partir do sujeito – mundo, ao perceber os seres e as coisas que a cercam em função do seu corpo e das possibilidades de agir e transformar o mundo que ela estrutura progressivamente suas personalidades.

O referencial “domínio do corpo” se integra proporcionalmente ao domínio do comportamento. Segundo Defontaine (1978), Holle (1979 apud Romero, 1983) esta integração e utilização do esquema corporal facilita a adaptação das crianças no espaço e no tempo com harmonia e equilíbrio em suas atividades diárias em relação ao meio; aprende a enfrentar as dificuldades, a lançar-se aos desafios; a executar tarefas com responsabilidades e integrar-se com os outros e ao mundo social.

Os autores citados convergem suas atenções para as mesmas convicções: o desempenho de tarefas “cognitivas e motoras” dependem essencialmente do conhecimento das partes do corpo e de uma boa estruturação do esquema corporal.

Consciência Corporal

Para Le Boulch (1977) a criança delimita o próprio corpo de mundo dos objetos de acordo com as leis céfalo-caudal e próximo-distal. Autores confirmam que o conhecimento das partes do corpo realiza-se de forma interna pela simbolização da imagem quando a criança sente as partes do corpo do outro e de forma externa ao ver cada segmento seu espelhado em outra criança ou em outra figura. Esta etapa decorre da percepção vivida ou flui pelos canais que conduzem à abstração e à reflexão. A cognição envolve e serve apenas para que o corpo esteja associado à sua verbalização.

Consciência corporal como estrutura perceptiva-motora tem por base componentes internos como atenção visual, dimensão espacial, lateralidade e identificação com as partes do corpo e outras, e componentes externos: direcionalidade, orientação espacial, sentido do movimento total/parcial sinestésico por exemplo.

A consciência das partes do corpo, de como movimentar seus segmentos corporais de forma unilaterais, bilaterais, alternados, fragmentados, etc., dará a esta um background e grandes vantagens na aprendizagem de atividades psicomotoras em níveis crescentes, qualitativa e quantitativamente.

As vivências e experiências decorrentes do sentir e perceber as partes do corpo constituem para um melhor controle adaptativo: ao diferenciar as diversas partes do corpo, sentir a importância das mesmas, atingir uma independência de movimentos, dispor se corpo a interação e ação com o mundo e no mundo darão disponibilidades à criança para uma ação melhor vivenciada de seu universo.

Imagem Corporal

Segundo Guiselini (1989) é pela experiência vivida no movimento global, enquanto distingue seu corpo do mundo dos objetos, que a criança estabelece o primeiro esboço de sua imagem corporal e parte para a descoberta do mundo exterior. Imagem corporal como estrutura cognitiva é o esboço do corpo imaginário na tela do Ego; e induz a existência do corpo.

A emergência da função de interiorização, último nível da etapa da estruturação do esquema corporal permite à criança distinguir seu corpo. É através da evolução do conhecimento do seu corpo introjetando a imagem de outras pessoas ao integrá-las as vivências que ela perceberá que possui aspectos de outra pessoa semelhante as ações e seus aspectos. À medida que a criança percebe seu corpo, passa a perceber o ”ambiente” e as pessoas e isto possibilita desenvolver-se plenamente. Isto resultará para a criança em um equilíbrio emocional, pois, estava bem integrada consigo. Isto é sem dúvida o ponto de partida para relacionar-se bem com os outros e com os objetos.

Outro fator importante para o educador se baseia na afirmação de Costa (1978)... “as crianças sem o conhecimento da imagem corporal têm dificuldades de aprendizagem de atividades que requeiram a movimentação das partes do corpo” – etapa seguinte da estruturação do esquema corporal. Assim ela terá grande dificuldade em atividades de movimentação segmentar unilateral, bilateral ou cruzadas.

Dentro destas perspectivas, percebemos que a imagem corporal possibilita descoberta do mundo exterior e possivelmente uma melhor relação com o mesmo.

Ego Corporal

A representação mental do corpo na tela do Ego induz este a perceber a existência do mesmo.

Ego corporal é a percepção do corpo com qualidades (forte) e características (magro); é o corpo vivido, experimentado a nível de identificação das primeiras imagens do corpo identificado com o seu próprio “Eu”. A imagem corporal representa o copo na tela do Ego; sendo este mediador entre o indivíduo e o meio ambiente, revela a imagem senso-perceptiva com operações de associações, reflexões e reações. Pelo Ego percebemos, coletamos, operamos e nos afirmamos em nosso mundo interior e exterior.

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