Mensagem do dia:

Mensagem do dia:
Como me agradar? Basta mandar um convite para churrasco!

domingo, 16 de dezembro de 2018

A Dança no Folclore Brasileiro


Descoberto o Brasil, os personagens vieram para explorar a terra descoberta. Como consequência implantaram seus modelos culturais. Assim a transculturação e a aculturação, através dos tempos, foram um processo evolutivo lento, de aquisição ora espontânea, ora imposta pela cultura dominante.

O fato de ser difícil nas primeiras décadas o contato entre o índio e o europeu, forçou Portugal a lançar mão do comércio de escravos a fim de suprir as dificuldades de mão de obra para a lavoura e a mineração. Com isto, tanto o africano quanto o europeu marcaram profundamente o folclore brasileiro.

A Dança Folclórica no Brasil sofreu, pois, a influência étnica dos índios que aqui viviam, de “descobridor europeu” – senhor dominante das terras, do primitivo africano escravizado, para o labor no Novo Mundo.

Desde o início dos tempos a dança para os indígenas era totalmente ritualística; ao fazer parte dos seus rituais era primordialmente funcional. Por isso, nos primeiros duzentos anos de colonização, os únicos tipos de música ouvida no Brasil eram os cantos das danças rituais dos indígenas acompanhadas pelos instrumentos de sopro – flautas de várias espécies, trombetas, apitos, maracás e pelo bater-dos-pés para a marcação do ritmo. Eram as manifestações dos aborígenes cujas danças giravam em torno de suas danças rituais (nascimento, mortes, guerra e paz, semeadura e colheita) e de certo ritos de passagem (virilidade, casamento, etc.).

Através dos tempos, com as mudanças culturais sofridas quer espontaneamente pela aquisição sofridas pelas comunidades, em seu processo evolutivo de adaptação ou pela desvinculação das raízes do homem ao processo de aceitação e permutação de novos padrões na vida social e cultural tanto na parte indígena quanto da parte do negro, verificou-se a perda contínua e irreversível dos valores originais.

A dança, com as mudanças culturais sofridas pelas comunidades, vai também acompanhando o processo evolutivo, adaptando-se às vezes, espontaneamente como uma aquisição do próprio homem, outras vezes quase importas por culturas dominantes. Assim, as nossas danças folclóricas se modificaram tornando-se muitas vezes algo totalmente importado, desvinculada das raízes do homem que a está praticando. Mutação e transculturação das danças originais são influenciadas diretamente pelo oficial e pelo erudito.

Não existe essência pura nos casos do homem na sociedade e da cultura. Todas as relações entre eles estão sempre articulando cultura popular e erudita. A cultura erudita produz ideias, crenças, conhecimentos, tecnologia, artefatos que ao passarem para o domínio popular se folclorizam. Isto é devido ao "empréstimo” entre os elementos se mantém íntegros surgiam dos apêndices nas estruturas dos fatos. Há, entretanto, determinados aspectos como adaptação à realidade de traços culturais antigos e atuais com alternância de forma e função (Almeida, 1974) que se constituíam na reinterpretação destes fatos culturais.

O estudo das danças folclóricas nacionais, hoje se faz necessário na medida que são reveladoras da cultura, de diferentes situações, uma vez que algum dia compuseram rituais de instituições religiosas oficiais, de situações políticas instaladas, de academias literárias eruditas distante, portanto, do controle popular. Hoje se faz necessárias entendê-las do ponto de vista de seu movimento, de sua dinâmica vertical quanto aos elementos que tirados do povo, levados a burguesia por empréstimo que ao ser reinterpretado é devolvido ao povo já modificado.

É o caso das Danças Camponesas que viajam para a cidade, passam de popular aos salões, tendo antes geralmente surgido dos fatos litúrgicos. Estes, ao aproximar-se a infundir-se com elas por regiões de conflitos entre os agentes oficiais e populações passa à vida dos segundos e se torna suas danças populares. Assim, as relações popular-clero-erudito deixam marcas uns aos outros, principalmente a classe dominante, o poder, por empenho ou dominação que influencia a vida das pessoas ou do grupo.

Por isso, a inclusão dos elementos da cultura regional ou local exclui a permissão da cultura dominante na medida que esta já interfere na inclusão das marcas e dos padrões sociais enquanto permite participação ativa na percepção e descobertas das possibilidades do corpo social e cultural pela implementação das características individuais e da coletividade e que permite o engajamento e comprometimento social.

Sendo a Dança a marca cultural de um grupo, o povo que não cultiva suas raízes, perde parte de sua identidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário