Mensagem do dia:

Mensagem do dia:
Como me agradar? Basta mandar um convite para churrasco!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

As Danças Folclóricas na Dança/Educação

O homem primitivo, em épocas remotas, ao ensinar suas crianças e ao introduzir o jovem ao esforço humanitário, institui convenções das várias formas de ordem política e econômica na sociedade humana. Estas características que surgiam das percepções do esforço foram traduzidas em formas de comunicação e expressão e dentre estas formas surgiram suas danças religiosas e nacionais (folclóricas).

As Danças Regionais e/ou as Nacionais são características das comunidades definidas pela repetição das configurações do esforço definido (causa) cultivados pelos grupos sociais em seu meio ambiente e trazem como consequência (efeitos) a expressão de seu viver ao orientar-se no labirinto de seus impulsos vitais.

A Dança Folclórica nada mais é do que o efeito das consequências destes impulsos gerados por esforços definidos e causados pelos aspectos funcionais do sentir, pensar e agir de uma comunidade.

Através dos tempos, com as mudanças culturais sofridas pelas comunidades, a dança vai também acompanhando o processo evolutivo, adaptando-se, às vezes, espontaneamente como uma aquisição do próprio homem, outras vezes quase que impostas por culturas dominadoras. Assim, a dança se modifica muitas vezes, torna-se algo totalmente importado dentre os aspectos e características diversas.

No Brasil, a “miscigenação” é o forte fator para a profusão de ritmos e danças em decorrência das características étnicas o que geram uma diversidade dentre os aspectos e características diversas.

Desde os primeiros contatos dos europeus com indígenas brasileiros, o processo de aculturação e transculturação se iniciou. Os europeus vieram para dominar a terra descoberta e nela implantar o seu modelo de cultura. Os índios que aqui viviam portavam cultura diferente. Nem sempre o colonizador respeitou essas novas formas de vida. Dos valores culturais o que teve maior significação para o colonizador foi a língua: graças ao artifício dos missionários obteve-se um produto híbrido acessível a quase todos os grupos - chamada “língua geral”. Além disso persistiram práticas mágicas, produtos culinários, implementos de caça e pesca, meios de transporte, flora medicinal e os aspectos ritualísticos onde a dança era a parte importante.

As danças indígenas, que guardam o seu aspecto espontâneo e a essência primitiva, são representações pantomímicas, tradições místicas e representativas de comunidades inteiras ou grupos especiais.

A dança era primordialmente funcional. O índio ama seus rituais. Sua vida gira em torno deles. São as marcas do tempo.

Após as primeiras décadas de difíceis contatos entre índios e europeus, o colonizador lança mão do comércio de escravos, a fim de suprir as dificuldades da mão de obra para a lavoura e mineração. Com o europeu, o africano combinará o processo transcultural que marcou profundamente o folclore brasileiro.

Tanto da parte do indígena quanto do negro verifica-se então a perda contínua e irreversível dos valores originais. Permutação e aceitação de novos padrões na vida social e na cultural.

Os negros que vieram possuíam diferenças culturais, pois eram de diversificadas regiões africanas. Segundo Arthur Ramos, os três principais grupos seguem a seguinte distribuição:

Culturas sudanesas
Culturas sudanesas negro americanas
Culturas bantos

As danças africanas são, por isso, bastante heterogêneas dada a origem dos diversos grupos étnicos e regiões diversas em seus vários níveis sociais quer sob o enfoque socioeconômico ou político-cultural de sua gênese. Outro fator importante e influente advém dos cultos totêmicos que representam a entidade protetora do respectivo grupamento humano, lugar ou figura. Além disso, as danças africanas, visando identificação com a divindade pelo “êxtase” caracterizado pela comunicação do dançarino com a divindade da Dança é a movimentação corporal efetuada através do “transe” caracterizado pelos giros constantes do corpo que estabelece essa comunicação.

Para Arthur Ramos, os sudaneses puros e os negro-maometanos muito influíram no aspecto religioso (incluindo as danças rituais, da formação do povo brasileiro). Já os bantos tiveram grande influência nas danças profanas. Foram eles que trouxeram o batuque angola-congolense. Do batuque (palavra que vem de bater, fazendo marcação com as palmas e sapateados realizados pelos dançarinos nos terreiros das senzalas e instrumentos de percussão) derivam várias danças como samba, capoeira, trevo e outros.

Nos primeiros duzentos anos de colonização os únicos tipos de música ouvidos no Brasil seriam os cantos das danças rituais dos indígenas, acompanhados por instrumentos de sopro como a flauta de várias espécies, trombetas, apitos e por maracás e bate-pés; os batuques dos africanos, na maioria das vezes, também rituais e a base de percussão de tambores, atabaques, marimbas, xequerés, ganzás e palmas e finalmente as canções dos europeus colonizadores trazidos pelos açorianos.

Os portugueses que vieram para cá também trouxeram suas danças, muitas já influenciadas por outros povos europeus, principalmente o espanhol e os árabes durante a permanência na península ibérica por 500 anos.

Formas como a modinha e o lundu surgiram na segunda metade do século XVIII. O maxixe surge por volta de 1870. O que se dançava nos salões da camada rica da sociedade do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, eram as mazurcas, polcas, schottisch, valsas e quadrilhas de origem europeia. Enquanto isso, o povo fazia suas danças à parte, transculturando suas formas originais.

As danças folclóricas brasileiras possuem características regionais. Dependendo da influencia étnica do lugar, ela terá mais aspectos indígenas como nos estados como Amazonas e Pará; africanos como na Bahia, Minas e Rio; ou europeus como nos estados do Sul do país.

Podemos dar como exemplo a Cana-Verde, dança encontrada em diversos estados do país e que, não se repete de lugar para lugar havendo mudanças na letra, música e coreografia.

No Brasil, as influências indígenas se fazem sentir mais no Norte do Brasil, enquanto que as de origem “afro” são mais especificas na Bahia, Minas e Rio de Janeiro, e as de origem ibéricas e outras se manifestam no Sul do País.

Além das influências étnicas nas Danças, evidenciam também o sincretismo religioso “afro-católico” que é aspecto decorrente do primeiro a influenciar as manifestações folclóricas e típicas em nosso país. Portanto, cada região brasileira possui características étnicas e culturais diversificadas que influenciam o pensar, sentir e agir das respectivas regiões.

Nenhum comentário:

Postar um comentário