A Dança, arte de movimento, se projeta no tempo e espaço, se ajusta à esta classificação em representações figurativas-concretas, reais ou abstratas, simbólicas, subjetivas.
Projetando, pois, a arte em toda extensão e amplitude de valores traz a sua essência o enfoque significativo que permeia verdades empíricas através de afirmações éticas, estéticas, religiosas, metafóricas. Isto tem, portanto, o caráter normativo e orientador do comportamento uma vez que desempenha papel vital na vida das pessoas. A perspectiva é de que o empirismo lógico e a análise linguística tenham servido como respaldo filosófico à teoria aplicada à operacionalização da proposta de trabalho, leva-nos a planos de análise destas correntes filosóficas.
Passamos a analisar os pressupostos dentro da linha de pensamento desenvolvido, das verdades abordadas e das concepções delineadas no trabalho.
Pela teoria da verificação do empirismo lógico através do método direto da percepção sensorial foram aplicados aos laboratórios experimentais e exploratórios na vivência do corpo na aprendizagem comportamental através dos conteúdos emotivos.
Nossas conclusões sobre o resultado da objetividades do trabalho fora respaldado pela observação a nível comportamental de mudança na conduta dos alunos.
A filosofia da análise linguística esclarece a linguagem e o significado das frases e expressões do discurso corporal. No presente trabalho a análise linguística reavaliaria a linguagem especialmente usada no discurso corporal com adaptação, ajustamento, inter-relação, interação, etc. de modo a permitir entender a sutileza de corporeidade do homem no mundo e os processos usados para atingi-los. Assim as declarações éticas são significativas na medida que a moralidade é fator indispensável à vida. Declarações éticas tem definidas funções linguísticas para orientar o comportamento pois a moralidade e beleza desempenha papel vital na vida das pessoas.
A análise linguística localiza as fontes de perplexidade filosófica e aplica-se através de jogos linguísticos, casos padrões ou paradigmas; separa o uso que se refere ao significado da utilização que ao discurso. O papel do educador deverá ser a de investigador das divergentes finalidades dos termos do discurso.
Por exemplo, o termo adaptação é revestido de um sentido lato, abrangente e poderá ter várias conotações como discordância, discussões, confusões.
Passando em análise poderemos ver a ambiguidade do termo adaptação pela:
• Perda de identidade;
• Ajustamento social sem renovação do meio;
• Adaptação mental – indivíduo saudável.
O termo usado para conceituar determinados aspectos do trabalho seria o da adaptação consubstanciada por um conceito em educação onde estudantes individuais se esforçam para encontrar sua manutenção e realização mediante pactos com problemas ambientais e sociais que defrontam no dia-a-dia.
A psicologia da adaptação esclarece que o termo depende do significado, da especificidade de adaptação do termo central para a teoria. No caso em pauta seria as relações adequadas do indivíduo com o seu meio e ou as relações adequadas entre fatores que compões e estruturam a personalidade.
Neste último caso depende do mecanismo de adaptação interna com diminuição das tensões (equilíbrio psíquico), a adaptação externa com processo de alternações para ajuste ao meio ao satisfazer às exigências do mesmo (evasão ou defesa).
Nesta análise podemos constatar que a linha filosófica gerou a linha psicológica e esta retorna à mesma para aplicar a teoria do conhecimento à educação.
Conclusão
A ideia de canalizar o trabalho desta monografia pela análise das correntes filosóficas que serviram de respaldo à proposta da Dança e os parâmetros de estruturação das dimensões corporais e suas relações afetivas- uma proposta para a Dança/Educação foi com intuito de tentar responder a uma indagação pessoal: Quais as ideias e correntes filosóficas que extrapolaram ou foram permeadas? Qual o meio usado para expressar uma realidade subjetiva aplicada a realidade objetiva e veicular a dança na educação?Após o estudo detalhado das correntes filosóficas e um mergulho profundo nas raízes das mesmas, percebo que o trabalho elaborado brotou espontaneamente, conduzindo-se à cada etapa o que nos faz crer que as correntes, escolas filosóficas se inter-relacionam e servem de subsídios entre uns e outros.
A evidência mais forte de que algumas correntes serviram de aporte mais consistente às ideias e concepções elaboradas na linha do trabalho proposto, decorrem do conteúdo que se emaranhavam com a operacionalidade prática entre uma e outra, crescendo em circuitos que ora se fecham, ora se abrem em qualidade, quantidade. A amplitude dos conteúdos servem de estímulos ou ictus iniciais, o outro que renascem em sucessões e crescem, quase que infinitamente.
Tomando por base Commenius, as correntes filosóficas se manifestam no homem como se fossem “arquétipos divinos” facultando ao mesmo programar suas necessidades e organizar suas ideias para encontrar o significado no domínio global do pensamento e da ação.
O filosofar é inerente ao homem e a moralidade é um fator indispensável à sua vida: a moralidade e a beleza desempenham um papel vital na vida das pessoas, uma vez que a moral e a beleza são inerentes ao homem. A filosofia lembra na linha de Yung como os arquétipos diversos manifestaram no homem de forma a orientá-lo. Nesta análise percebo que todas as correntes filosóficas têm pontos comuns. Uma serve de subsídio ao início da outra e elas coexistem para apoiar à educação.
Para o nosso atual propósito – a conscientização das correntes filosóficas que serviram de aporte ao trabalho - foram questionadas e examinadas com atenção as correntes filosóficas tradicionais, os pensamentos mais recentes e as teorias educacionais contemporâneas, cujos conteúdos são expressões nas sínteses a seguir mencionadas.
A filosofia prescritiva e normativa, recomenda valores e ideias, qualidades inerentes ou próprias às próprias coisas ou se são projeção de nossa mente. Os filósofos prescritivos avaliam os fatos, analisam os processos de “natureza” global do homem como universos materiais, mundo das relações sociais, mundo das artes, drama.
A filosofia especulativa serve de aporte à busca do ser humano impulsionado pela curiosidade intelectual e pelo desejo de ordem, de busca de verdades; é a tentativa de pensar de modo mais genérico e sistemático em tudo o que existe no universo – planejado ou sem significado.
A filosofia crítica ou analítica examina os conceitos com a mente, ou, causa; esclarece o que sabemos e assinala a incoerência em expressões e termos do discurso corrente como as expressões adaptadas, necessidade e conceitos morais e juízo de valores.
O ciclo de mudanças sociais muda também o desejo e aspirações do homem. Esta influencia a escola – instituição social – que serve na dinâmica deste ciclo social. A maneira com que nos posicionamos neste ciclo determina a nossa concepção filosófica e consequentemente a nossa aspiração valorativa.
Concluímos que a maneira com que julgamos os valores determina a nossa postura axiológica que veiculam as correntes pedagógicas fundamentais em uma só verdade. O cerne de uma filosófica é que direcionam a maior compreensão do fenômeno educacional para situá-lo na educação de modo a veiculá-la de forma mais eficaz em abrangência qualitativa e quantitativa.
A partir do estudo analítico-crítico das correntes filosóficas que influenciaram o discurso educacional em pauta, podemos apreender a principal finalidade do mesmo e buscar, através da originalidade do trabalho, uma educação mais autêntica no encontro e relação interna dos dois serem, educador e educando. A busca da verdade deve atrair educando emocional e intelectualmente, na tentativa de proporcionar a conquista de sua liberdade e torná-la parte integrante dele próprio, mais social uma vez que é auto-limitação da liberdade através da conscientização de verdade que leva à socialização.
Pautando, após a nossa análise crítica, no estudo das linhas filosóficas abordadas, concluímos que os conceitos elaborados no trabalho em tela contêm conceitos:
• Antológicos, pois enfocam o mundo das coisas sensíveis e, portanto, dos seres reais, cujo aporte seria as teorias metafísicas;
• Epistemológico, através da teoria do conhecimento, aborda o mundo nas ideias, dos seres ideais;
• Axiológico, através da teoria de valores cuja relação sujeito x objeto e afetiva cuja característica é a consciência e o sentido (significado) que um dos seres tem dessa relação.
O pensamento Kantiano, através de seu imperativo categórico, fecha o círculo das linhas de pensamento, pois, em nossa visão, parece encerrar em si o substantivo, a essência mais significativa de todas as linhas filosóficas: não estará contido em todas elas de forma camuflada o princípio da finalidade do homem, da universidade e da socialização através do impulso moral?
Ao educador cabe conduzir ao aluno através do imperativo categórico de ser-no-mundo-com-os-outros.
O presente enfoque é muito dialético e profundo. Dado estes dois principais aspectos, há uma dificuldade em delimitar sua essência. Entretanto, a análise do mesmo clareou alguns aspectos ainda dúbios para nós.
O resumo do mesmo, compreende a delimitação da essência epistemológica da arte/educador; ação de se conhecer e apropriar do objeto e de sua reconstituição e sua relação afetiva com sujeito/objeto. Neste modo de veicular a educação, através da Dança, buscamos nos apropriar da linguagem específica. A linguagem veicularia a possibilidade de renovar e reestruturar e ligar a proposta à visão, palco de processo de crescimento da humanidade que passa a SER e ESTAR no mundo. Portanto, a proposta permitiria promover o engajamento interior e exterior de nível de grupo, através da linguagem de corpo.
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