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sábado, 5 de janeiro de 2019

Pacto entre o Corpo e a Alma – Uma Abordagem Fenomenológica Existencial

Meu corpo, um ser no mundo está integrando o sujeito que sou, mas, ao mesmo tempo, enveredando-se no mundo das coisas, “ele abre-me as portas do mundo ou ainda melhor em direção ao mundo e constitui meu ponto de vista nele” (Merleau-Ponty). O diálogo com o corpo é a fase inicial e fundamental da relação com o mundo, portanto, ao desfazer-se, o meu corpo rompe a relação com o mundo.

O corpo deve ser um ser – consciente – no mundo, pois o sujeito está mergulhado neste corpo e por este corpo ele se encontra envolvido no mundo. Este mundo, como um todo significativo se prende, pois, ao corpo, o qual, enquanto humano, indica o sujeito – “eis o homem como existência”.

Desse modo, o corpo “ser-no-mundo” fundamentado na fenomenologia existencial seria o despertar para a experiência do mundo através do corpo vivido em todas as suas dimensões enquanto o percebemos, o estar nele por ele assim como contato com o corpo e com o mundo. De que modo? O sujeito por ser o corpo-se-um-sujeito. Assim é que antes de qualquer juízo intelectual sobre o espaço já me orientei no espaço através da percepção do sentido visão... “É o sujeito pré-pessoal, anônimo, o corpo humano o corpo humano o qual já afirmou um pacto com o mundo, antes de completar o sujeito pessoal a sua existência”(Luijpen, 1973).

Esta é uma verdade profunda defendida pela psicanálise que se fundamenta na fenomenologia existencial:

O pacto entre o corpo e o mundo é também lugar de muitíssimas perturbações psíquicas. Muito pelo contrário do que se pensava antes, não são processos unilaterais e determinantes oriundos de estímulo, do mundo exterior e nem são entendidas como exteriorizações de uma desorganização no “mundo interior”. São antes uma ruptura entre o corpo e o mundo, de caráter emocional, afetivo, cuja reestruturação não implica um esforço pessoal de ordem intelectual ou volitivo, mas sim através de uma janela do corpo para o mundo e os outros. A Educação psicomotora pela dança possibilitaria esta abertura através de um trabalho com o corpo tônico veiculado pelo jogo simbólico uma vez que o jogo simbólico permita trabalhar o corpo, destituindo-o de estereótipos motores e, portanto, de movimentos racionais evolutivos a fim de reintegrar o corpo imaginário, ideal ao real, instrumental e redescobrir funções que se julgava puramente corporais no sentido dialético da existência do ser. Através desta experiência que posso ver o seu corpo conscientemente e imaginar o meu corpo pelo corpo do outro.

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