Debates
1 – O conhecimento é
limitado pelo “ponto de vista” do sujeito. Considerando isso, como podem ser
avaliados os conhecimentos transmitidos pela escola?
O
conhecimento escolar é notoriamente diferente entre o transmitido por uma
instituição e outra. Muitas variáveis são as causadoras de tal diferenciação,
mas entre as principais temos a mudança de visão entre um docente e outro.
Mesmo as instituições podem influenciar no modo como seus professores enxergam
determinada matéria e o modo como eles irão transmiti-la aos seus discentes. Desse
modo, não podemos enxergar o conhecimento escolar como fidelíssimo à realidade
ou possuidor de todo saber existente. O conhecimento escolar sempre sofreu
influência ao longo dos tempos e sofre ainda hoje, seja do professor que está
ministrando, da coordenação pedagógica, do diretor escolar, ou, principalmente,
do governo que determina qual conteúdo deve ser ministrado e por quê.
Dizemos, portanto que o conhecimento escolar não pode ser avaliado como totalmente confiável. Antes, devemos avaliar se a instituição de ensino e a pessoa que irão ministrar tal conhecimento são confiáveis ou não.
Dizemos, portanto que o conhecimento escolar não pode ser avaliado como totalmente confiável. Antes, devemos avaliar se a instituição de ensino e a pessoa que irão ministrar tal conhecimento são confiáveis ou não.
2 – “O que importa não
são os fatos, mas sua versão”.
Otto Lara Resende
①. Qual é a opinião de vocês sobre essa
frase?
Tal
frase sintetiza o ceticismo quanto ao problema da confiabilidade dos dados
repassados por outrem. Não se pode ter certeza a respeito da veracidade de um
fato quando transmitido por terceiros, podemos ter certeza apenas do ponto de
vista da pessoa que está repassando tal informação. Tudo sempre irá girar em
torno daquilo que a pessoa enxergou e determinou mais importante em tal
acontecimento, por isso a diferença de versões de um mesmo fato quando relatado
por pessoas diferentes.
②. Tragam para o debate discursos ou
declarações de pessoas públicas que a ilustrem.
Temos como exemplo
a declaração do jogador de futebol Ronaldo de antes da Copa do Mundo de 2014,
quando ele disse que uma copa não é feita com hospitais. Tal declaração
expressa sua versão e opinião a respeito dos protestos que eram feitos naquele
momento. Para Ronaldo, hospitais não tinham importância como a copa, o que
diverge da opinião de outros, que consideram a saúde um primeiro lugar.
3 – Como seres racionais, cabe-nos o
direito de dispor de dados objetivos para analisar. Os dados que nos são
passados pelo meio social (família, escola, Igreja, meios de comunicação, etc.)
são objetivos?
Não podemos
considerar dados dessas fontes como objetivos, pois todos eles carregam em si a
subjetividade da pessoa ou órgão que está repassando e a ideologia da
organização por trás da elaboração de tais dados, como no caso da Igreja, por
exemplo. Até mesmo no caso dos jornais, que tem em si o propósito de passar
apenas as informações, encontramos a opinião de quem está elaborando o relato,
ou pelo menos o seu ponto de vista da versão dos fatos.
4 – Muitas pessoas conduzem suas vidas
pela aceitação passiva de explicações já prontas, renunciando ao direito de
pensar por si mesmas. Que consequências tal atitude pode acarretar?
Uma atitude
passiva quando às expectativas e entendimento da vida nos priva a possibilidade
de refletir acerca dos acontecimentos ao nosso redor. Isso impede até mesmo de
evoluir nosso bem-estar, a maneira de resolver os problemas do dia-a-dia e a
forma de lidar frente as dificuldades cotidianas.
Uma vida passiva perante o entendimento dos acontecimentos do mundo também limita a capacidade de a pessoa ser condutora de seu próprio destino, já que alguns fatos não podem ser questionados, toldando nossos recursos frente a resolução de dificuldades. Até mesmo nossa comunidade e sociedade são impedidas de progredir, pois a aceitação de tudo o que é explicado não leva a pessoa a refletir sobre a própria condição de vida.
Uma vida passiva perante o entendimento dos acontecimentos do mundo também limita a capacidade de a pessoa ser condutora de seu próprio destino, já que alguns fatos não podem ser questionados, toldando nossos recursos frente a resolução de dificuldades. Até mesmo nossa comunidade e sociedade são impedidas de progredir, pois a aceitação de tudo o que é explicado não leva a pessoa a refletir sobre a própria condição de vida.
5 – Qual é a relação entre a passividade
social e a falta de informações?
Uma pode ocorrer
devido à outra. Ou seja, a falta de informações pode ser uma das principais
causadoras da passividade social. Existem outras, mas a falta de informação é a
principal delas.
Uma pessoa não
informada devidamente não tem conhecimento de seus direitos, por exemplo, e não
tem como ir em busca deles, de lutar pelo cumprimento de seus direitos.
6 – “A pressão psicológica é uma das
formas mais interessantes de controle. Atua diretamente sobre os receptores,
afetando suas capacidades de análise, para que recebam as mensagens da
propaganda dentro de uma postura passiva e submissa.
As pessoas, em condições normais, ao
receberem uma informação ou assistirem a um fato, procuram compreender a
situação, analisar os prós e os contras, verificar se se trata de algo que lhes
diga respeito diretamente e assim por diante. É o que se chama de senso
crítico. Todavia, em determinadas situações de envolvimento emocional, tensão
nervosa, temor, cansaço físico e mental, os indivíduos tendem a ter o seu senso
crítico diminuído. Nesses momentos, ouvem as afirmações ou assistem aos fatos
sem avalia-los, aceitando passivamente o que se lhes apresenta. ”
①. Que formas de pressão psicológica vocês
conseguem detectar em seu dia-a-dia?
Nos momentos em
que somos compelidos a comprar alguma coisa por influência da moda ou de alguma
promoção “arrasadora”; quando somos influenciados a tomar determinadas formas
de comportamento para agradar nossos chefes, amigos, ou até mesmo a Deus,
conforme alguns discursos religiosos, etc.
②.em que situações vocês notam a falta de
senso crítico nas pessoas?
É possível notar a
falta de senso crítico quando as pessoas são obrigadas a comprar presentes em
épocas especiais, como por exemplo dia das mães ou natal. Existe uma pressão
psicológica que obriga as pessoas a gastar dinheiro nessas épocas sob o risco
de desagradar quem elas amam senão o fizerem.
7- “Górgias de Leontino*, filosofo grego
(século V a.c.), defendia três proposições: ”
①. Por que a afirmação de que nada pode ser
conhecido é falsa?
Porque a própria
afirmação “nada pode ser conhecido” contem em si a determinação intrínseca de
que ela própria pode ser conhecida, sob a pena de se tornar nula. Sendo assim,
se nada pode ser conhecido, como que conhecemos a afirmação de que nada pode
ser conhecido? Tal afirmação em si é falsa, como demostrado por raciocínio
logico.
②. Por que um cético não pode ter opiniões?
Para expressar
opinião sobre alguma coisa, a pessoa deve ter como crença algo que acredite
para se apoiar. Ora, o cético defende a proposição de que nada pode ser
conhecido, de sorte que nenhuma verdade pode ser afirmada também. Desse modo,
se nenhuma verdade pode ser formulada, porque nada pode ter sua existência
provada, como que ele vai exprimir uma opinião? Por isso que o cético não pode
ter opinião formada, porque a impossibilidade de existir alguma coisa limita a
formação de opinião.