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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Conceitos Filosóficos #Exercícios

Mais alguns exercícios resolvidos em sala de aula.

Debates

1 – O conhecimento é limitado pelo “ponto de vista” do sujeito. Considerando isso, como podem ser avaliados os conhecimentos transmitidos pela escola?

O conhecimento escolar é notoriamente diferente entre o transmitido por uma instituição e outra. Muitas variáveis são as causadoras de tal diferenciação, mas entre as principais temos a mudança de visão entre um docente e outro. Mesmo as instituições podem influenciar no modo como seus professores enxergam determinada matéria e o modo como eles irão transmiti-la aos seus discentes. Desse modo, não podemos enxergar o conhecimento escolar como fidelíssimo à realidade ou possuidor de todo saber existente. O conhecimento escolar sempre sofreu influência ao longo dos tempos e sofre ainda hoje, seja do professor que está ministrando, da coordenação pedagógica, do diretor escolar, ou, principalmente, do governo que determina qual conteúdo deve ser ministrado e por quê.
Dizemos, portanto que o conhecimento escolar não pode ser avaliado como totalmente confiável. Antes, devemos avaliar se a instituição de ensino e a pessoa que irão ministrar tal conhecimento são confiáveis ou não.


2 – “O que importa não são os fatos, mas sua versão”.
Otto Lara Resende
. Qual é a opinião de vocês sobre essa frase?

Tal frase sintetiza o ceticismo quanto ao problema da confiabilidade dos dados repassados por outrem. Não se pode ter certeza a respeito da veracidade de um fato quando transmitido por terceiros, podemos ter certeza apenas do ponto de vista da pessoa que está repassando tal informação. Tudo sempre irá girar em torno daquilo que a pessoa enxergou e determinou mais importante em tal acontecimento, por isso a diferença de versões de um mesmo fato quando relatado por pessoas diferentes.

②. Tragam para o debate discursos ou declarações de pessoas públicas que a ilustrem.


Temos como exemplo a declaração do jogador de futebol Ronaldo de antes da Copa do Mundo de 2014, quando ele disse que uma copa não é feita com hospitais. Tal declaração expressa sua versão e opinião a respeito dos protestos que eram feitos naquele momento. Para Ronaldo, hospitais não tinham importância como a copa, o que diverge da opinião de outros, que consideram a saúde um primeiro lugar.


3 – Como seres racionais, cabe-nos o direito de dispor de dados objetivos para analisar. Os dados que nos são passados pelo meio social (família, escola, Igreja, meios de comunicação, etc.) são objetivos?

Não podemos considerar dados dessas fontes como objetivos, pois todos eles carregam em si a subjetividade da pessoa ou órgão que está repassando e a ideologia da organização por trás da elaboração de tais dados, como no caso da Igreja, por exemplo. Até mesmo no caso dos jornais, que tem em si o propósito de passar apenas as informações, encontramos a opinião de quem está elaborando o relato, ou pelo menos o seu ponto de vista da versão dos fatos.


4 – Muitas pessoas conduzem suas vidas pela aceitação passiva de explicações já prontas, renunciando ao direito de pensar por si mesmas. Que consequências tal atitude pode acarretar?

Uma atitude passiva quando às expectativas e entendimento da vida nos priva a possibilidade de refletir acerca dos acontecimentos ao nosso redor. Isso impede até mesmo de evoluir nosso bem-estar, a maneira de resolver os problemas do dia-a-dia e a forma de lidar frente as dificuldades cotidianas.
Uma vida passiva perante o entendimento dos acontecimentos do mundo também limita a capacidade de a pessoa ser condutora de seu próprio destino, já que alguns fatos não podem ser questionados, toldando nossos recursos frente a resolução de dificuldades. Até mesmo nossa comunidade e sociedade são impedidas de progredir, pois a aceitação de tudo o que é explicado não leva a pessoa a refletir sobre a própria condição de vida.



5 – Qual é a relação entre a passividade social e a falta de informações?

Uma pode ocorrer devido à outra. Ou seja, a falta de informações pode ser uma das principais causadoras da passividade social. Existem outras, mas a falta de informação é a principal delas.
Uma pessoa não informada devidamente não tem conhecimento de seus direitos, por exemplo, e não tem como ir em busca deles, de lutar pelo cumprimento de seus direitos.


6 – “A pressão psicológica é uma das formas mais interessantes de controle. Atua diretamente sobre os receptores, afetando suas capacidades de análise, para que recebam as mensagens da propaganda dentro de uma postura passiva e submissa.
As pessoas, em condições normais, ao receberem uma informação ou assistirem a um fato, procuram compreender a situação, analisar os prós e os contras, verificar se se trata de algo que lhes diga respeito diretamente e assim por diante. É o que se chama de senso crítico. Todavia, em determinadas situações de envolvimento emocional, tensão nervosa, temor, cansaço físico e mental, os indivíduos tendem a ter o seu senso crítico diminuído. Nesses momentos, ouvem as afirmações ou assistem aos fatos sem avalia-los, aceitando passivamente o que se lhes apresenta. ”

. Que formas de pressão psicológica vocês conseguem detectar em seu dia-a-dia?

Nos momentos em que somos compelidos a comprar alguma coisa por influência da moda ou de alguma promoção “arrasadora”; quando somos influenciados a tomar determinadas formas de comportamento para agradar nossos chefes, amigos, ou até mesmo a Deus, conforme alguns discursos religiosos, etc.

.em que situações vocês notam a falta de senso crítico nas pessoas?

É possível notar a falta de senso crítico quando as pessoas são obrigadas a comprar presentes em épocas especiais, como por exemplo dia das mães ou natal. Existe uma pressão psicológica que obriga as pessoas a gastar dinheiro nessas épocas sob o risco de desagradar quem elas amam senão o fizerem.


7- “Górgias de Leontino*, filosofo grego (século V a.c.), defendia três proposições: ”


①. Por que a afirmação de que nada pode ser conhecido é falsa?

Porque a própria afirmação “nada pode ser conhecido” contem em si a determinação intrínseca de que ela própria pode ser conhecida, sob a pena de se tornar nula. Sendo assim, se nada pode ser conhecido, como que conhecemos a afirmação de que nada pode ser conhecido? Tal afirmação em si é falsa, como demostrado por raciocínio logico.


②. Por que um cético não pode ter opiniões?



Para expressar opinião sobre alguma coisa, a pessoa deve ter como crença algo que acredite para se apoiar. Ora, o cético defende a proposição de que nada pode ser conhecido, de sorte que nenhuma verdade pode ser afirmada também. Desse modo, se nenhuma verdade pode ser formulada, porque nada pode ter sua existência provada, como que ele vai exprimir uma opinião? Por isso que o cético não pode ter opinião formada, porque a impossibilidade de existir alguma coisa limita a formação de opinião. 

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A Sociologia de Durkheim #Exercícios

Voltando ao assunto de Durkheim, posto aqui algumas perguntas e respostas que trabalhei na faculdade.


.Quais as características dos fatos sociais para Durkheim?
            Os fatos sociais de Durkheim possuem três caraterísticas definidoras: eles são coercitivos (as pessoas se conformam a eles independente de sua vontade ou escolha), exteriores (existem antes mesmo da existência do indivíduo) e são gerais, aplicam-se a toda a sociedade ou grande parte dela.

➁. Como o sociólogo deve estudar os fatos sociais?
            Mantendo o maior distanciamento possível. Para Durkheim, o envolvimento com o fato social pode atrapalhar o estudo do mesmo, por isso ele aconselha a neutralidade como exigência principal. Além disso, o sociólogo deve evitar qualquer tipo de pré-julgamento, ou preconceito com relação ao fato a ser estudado.

. Durkheim considerava a educação formal e informal como elemento importante de integração à sociedade. Você concorda com essa posição? Argumente.
            Durkheim considerava a educação porque era nela em que os indivíduos se adaptavam às normas coercitivas da sociedade. Do meu ponto de vista, a afirmação de Durkheim se valida pois, realmente é a educação que possibilita aos indivíduos se adequar às normas de convívio social, seja na escola ou em casa. Aliás, o próprio significado da palavra educação pode representar o conjunto de regras que habituam as pessoas ao convívio em sociedade.

➃. O crime, para Durkheim, é um fato social normal ou patológico? Por quê?
            Para ele o crime é um fato normal, pois é encontrado em todos os tempos e em todas as sociedades. Além disso, ele reforça os valores de uma sociedade na medida em que sofre sanções ou punições.

➄. O que é consciência coletiva?
            Consciência coletiva é aquilo que corresponde ao pensamento universal de uma sociedade, os conjuntos de crenças e valores que se repetem padronizadamente nos indivíduos de um meio e que ultrapassa a consciência individual. A consciência coletiva se impõe sobre os indivíduos de um meio e ultrapassa as gerações e até os séculos.

. Defina a solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica.
            A solidariedade mecânica é aquela na qual os indivíduos se unem pelos laços de consciência coletiva, pois a divisão do trabalho é fraca ou inexistente e os indivíduos são mais autônomos no que diz respeito a trabalho. A solidariedade orgânica predomina nas sociedades capitalistas e é caracterizada pela acelerada divisão de trabalho, maior interdependência profissional, frouxa consciência coletiva e forte autonomia pessoal.

. Qual a contribuição de Durkheim para o desenvolvimento da sociologia?
            Durkheim elevou a sociologia à categoria de ciência exata como ninguém havia feito antes dele. Através de seus métodos e pressupostos, a sociologia transcendeu a reflexão filosófica para encontrar seus próprios limites e campo de estudo, tornando-se uma ciência autônoma.

Utilizando-se de analise sistêmica qualitativa e quantitativa e da matemática, Durkheim permitiu que a sociologia tivesse uma maneira de observar os fatos sociais e coletar dados para maior estudo.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Pedagogia - Piaget II

Um aprofundamento no estudo de Jean Piaget

As fases do desenvolvimento humano de Piaget


Jean Piaget inovou o estudo do desenvolvimento por integrar em seu estudo duas linhas de raciocínio até então antagônicas: o idealismo e o materialismo. Seu trabalho também tem um rigor cientifico pouco encontrado antes dele.

1 Piaget nos apresenta em seu trabalho uma terceira linha teórica chamada interacionista. Ela une duas correntes antagônicas, o objetivismo e o subjetivismo. A primeira prega que todo conhecimento provem da experiência com o objeto, enquanto que no subjetivismo o conhecimento é anterior à experiência. Piaget une as duas linhas teóricas pregando que o conhecimento no homem é formulado de sucessivas reconstruções que são feitas com a evolução corpórea e partir das experiências com o mundo exterior.

Assim sendo, existe um mecanismo regulador interno que controla essas reconstruções, como será mostrado adiante.

2 O desenvolvimento humano partiria do princípio básico, segundo Piaget, e se desenvolveria até atingir um grau elevado de complexidade que corresponde à compreensão do raciocínio lógico. Para ele, a lógica se desenvolveria na relação do homem-objeto. De maneira que as relações e experiências humanas ativariam um capaz de regular o desenvolvimento. Nesse ponto vemos a união das duas teorias, objetivismo e subjetivismo.

Para Piaget, porém, o desenvolvimento humano não se limita na relação do homem com o objeto e atuação do raciocínio interno. Existe uma serie de fenômenos complementares atuando, entre eles a maturação do organismo, a vivencia social e o equilíbrio do organismo com o meio.
Este último é o mais importante: a partir dele serão definidos dois fatores que atuam na construção do conhecimento humano. O primeiro deles, invariável, é determinado pela herança genética e que predispõe algumas características ao longo de toda nossa vida. O segundo modelo, variável, se refere às influencias que recebemos do mundo externo e que atua na formação dos esquemas mentais para nossa adaptação ao mundo. Esses esquemas podem ou não ser modificados constantemente em nós de acordo com as experiências vividas.

O processo de adaptação do organismo ao meio é representando de duas formas diferentes para Piaget. Na primeira delas, chamada assimilação, o indivíduo tenta se adaptar à nova sensação usando suas estruturas mentais já existentes, enquanto que na segunda, acomodação, o estrutura modifica as estruturas para se adequar.

Ambas formas são integrantes do processo de equilíbrio do organismo e ocorrem durante toda a vida, levando o homem a se desenvolver. Para que tal desenvolvimento ocorra, porém, é necessário que haja situações de conflito mental que levem o homem a se adaptar e assim evoluir.
Tais situações de conflito, porém, ocorrem de maneira diferente para cada indivíduo, em função inclusive da idade. Devido a isto, Piaget classificou o desenvolvimento humano em quatro estágios distintos.

3 os estágios que ele criou para classificar estão listados abaixo:

·         Sensório-motor – 0 a 2 anos
·         Pré-operatório – 2 a 7 anos
·         Operações concretas – 1 a 11,12 anos
·         Operações formais – de 11 ou 12 anos em diante

Cada fase tem suas características próprias, e servem apenas de referência, não sendo um modelo a ser rigidamente seguido. A influência genética e a quantidade de estímulos vão determinar a velocidade de amadurecimento de cada indivíduo.

a) O período sensório motor é caracterizado pelo exercício de reflexos inatos apenas. Nessa fase o universo da criança se reduz àquilo que seus sentidos alcançam. Um objeto retirado do seu campo de visão “desaparece” nessa fase.

Ao final do período sensório-motor, a criança já é capaz de se situar em um plano do qual ele é um constituinte assim como os objetos que a rodeiam.

b) O pré-operatório é marcado pelo gradual desenvolvimento da linguagem, que só é possível com o desenvolvimento da inteligência.

A linguagem causa importantes mudanças no pensamento cognitivo da criança, pois permite a interação social e abre espaço para que a criança use o simbólico para representar a realidade. É característico dessa fase o pensamento fantasioso ou maravilhoso.

Apesar de tão grande desenvolvimento, essa fase ainda é marcada pelo egocentrismo, pois a criança não consegue imaginar uma realidade da qual não faça parte.

c) Na fase das operações concretas, a criança já é capaz de interiorizar ações e resolver problemas mentalmente, como fazer comparações e etc. aos poucos ela perde o egocentrismo característico da fase anterior e já consegue se colocar no lugar de outrem e abordar pontos de vista diferentes. Contudo, nessa fase a capacidade de abstração ainda não está totalmente completa. Em outras palavras, ela ainda não tem a capacidade da reversibilidade, e seu poder de resolver problemas mentalmente se refere apenas a objetos que podem ser imaginados concretamente.

d) A partir dos 12 anos a criança já é capaz de realizar pensamentos mais abstratos, inclusive questionar valores morais ou postulados éticos. Nessa fase, a criança já começa a adquirir autonomia, pois seus esquemas mentais permaneceram do mesmo modo durante toda a idade adulta. O desenvolvimento após esse período se caracteriza por aumento da profundidade, mas seus esquemas mentais não alteram mais.


Para Piaget, o desenvolvimento da moral ocorre através de etapas do mesmo modo que se dá o desenvolvimento cognitivo. Porém, estas fases não seriam as mesmas do desenvolvimento cognitivo, se limitando a três fases:

·         Anomia – até 5 anos. Nessa fase, não há uma moral propriamente dita, ela segue algumas regras, mas sem se preocupar com bem ou mal, apenas com o dever.

·         Heteronomia – até 9, 10 anos. A criança nesse período é caracterizada por seguir regras de acordo com uma autoridade, no sentido que a moral é apenas o que é imposto e não pode ser mudado.

·         Autonomia. Pensa em obedecer às regras no sentido de reciprocidade, como um acordo mútuo entre as partes. É o último estágio do desenvolvimento da moral.

O desenvolvimento da moral está ligado ao desenvolvimento da inteligência, de acordo com a logica piagetiana. Tal moralidade tem três dimensões: as regras, os princípios – que são os princípios das regras, e o valores, que dão o sentido aos princípios das regras criadas.



FONTE

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Fundamentos Filosóficos

O que é Filosofia

A palavra filósofo, que significa aquele que ama a sabedoria, foi criada por Pitágoras. A filosofia também pode ser entendida como a busca pelo ouro, sendo o saber o ouro tão desejado. E o método para se encontrar esse ouro seria o raciocínio lógico, racional.

Ao filosofar, perguntamos “o quê”, “como” e “por que”. E não podemos ter em mente que a filosofia irá encontrar a resposta de todas as coisas. E tampouco podemos dizer “eu acho”. Muito menos viajar em pensamentos aleatórios.

Algumas considerações sobre a sabedoria, objetivo máximo da filosofia: Ela pode ser ensinada, não é privilégio de alguns poucos e só é obtida através de raciocínio lógico. A sabedoria também busca o porquê de todas as coisas.

Antes de Sócrates, temos os filósofos da natureza. Tais filósofos se preocupavam em buscar um princípio universal de todas as coisas. Os mais notáveis são Pitágoras, Tales de Mileto e Heráclito.

O mais antigo de todos, Tales de Mileto, acreditava que a água fosse o princípio básico de tudo, o ponto de partida para o surgimento de todas as coisas. Depois dele, Pitágoras dizia que os números são o princípio fundamental do universo. Heráclito acreditava no dinamismo das coisas, no devir, na mudança constante.

A partir de Sócrates, há mudança de foco na filosofia. Os mais importantes filósofos da era antiga são Sócrates, Platão e Aristóteles.

Exigências da Reflexão Filosófica


O objetivo fundamental do estudo de filosofia é aprender a pensar. Não aprender uma série de definições e conceitos, mas sim aprender a filosofar.

Podemos resumir filosofar como retomar, analisar cuidadosamente, refletir com rigor, ponderar e examinar detidamente e globalmente. Todos esses como passos do processo filosófico de pensamento.

A filosofia é antes uma reflexão radical sobre os problemas sociais. Enquanto que a ciência estabelece leis, a filosofia é um método de raciocínio que pode ou não levar à formulação das leis da ciência. A filosofia da educação, por exemplo, vai refletir sobre os problemas do meio educacional.

No estudo da filosofia, encontramos três tipos de conhecimento. O primeiro é o conhecimento vulgar, que decorre da observação popular do mundo a sua volta. Não tem rigor nem método em suas conclusões. Temos também o conhecimento científico, que utiliza uma metodologia sistemática para a produção do conhecimento. O conhecimento filosófico também utiliza rigor em seu conhecimento, porém não formula leis e nem chega a uma conclusão final.

A reflexão filosófica se assemelha a afirmação de Descartes, penso, logo existo (Cogito Ergo sum).

Contrária a Descartes, a doutrina ceticista afirma que conhecimento nenhum pode ser alcançado pela mente humana. Toda observação e conclusão humana é fruto de aparências e ilusões segundo tal doutrina.

Hume, por sua vez, acreditava que a realidade que vivenciamos é produto de nossas reflexões psicológicas. Já Immanuel Kant colocava a realidade acima dos nossos próprios pensamentos. Para Hegel, a razão é o fundamento da realidade: “todo real é racional e todo racional é real”.

Período Clássico da Filosofia Antiga


Retomando o que já foi dito anteriormente, as três principais mentes filosóficos do período antigo são de Sócrates, Platão e Aristóteles, em ordem cronológica. Vamos falar em sequência de cada um deles.
Sócrates nasceu em Atenas, no ano de 470 A.C. e foi condenado a morte em 399 A.C., por conta de seus ensinamentos. Foi mestre de Platão.

Sócrates rompeu com a preocupação de estudar o mundo físico, recorrente nos filósofos anteriores. Seu maior objetivo eram os conceitos metafísicos. Uma vez que não escreveu nada, tudo o que sabemos sobre é graças aos escritos Platão.

Sócrates praticava a filosofia em locais públicos, conversando com que aparecesse no momento. Seu método de ensino consistia na ironia e maiêutica. Era basicamente o seguinte: Sócrates indagava a pessoa sobre algo específico e questionava sobre aquilo que acreditava como certo. Essa era a ironia. Depois de mostrar à pessoa, através de perguntas, que ela poderia não estar certa, vinha o nascimento interior sobre o que poderia ser mais correto, ou seja a maiêutica.

Maiêutica significa o nascimento, surgimento das ideias.

Só sei que nada sei era uma das afirmações de Sócrates. Apesar disso, foi acusado de zombar dos deuses e de corromper a juventude e por isso foi condenado pela sociedade ateniense a beber veneno de cicuta. Acredita-se que o seu conflito com os sofistas também tenha contribuído para sua morte.

Os sofistas eram sábios que na época cobravam para ensinar seus conhecimentos, ao contrário do que Sócrates fazia. Ensinavam principalmente oratória e retórica. Prótagoras, expoente sofista, afirmava que o homem era a medida de todas as coisas, ou seja, que o homem estava ao centro do universo. Górgias, da atitude ceticista, também era um sofista.

O atrito entre Sócrates e os sofistas estava justamente na relatividade com que estes tratavam a verdade. Para Sócrates, e para a filosofia atualmente, os conceitos deveriam ser universais.

Vamos falar agora de um dos discípulos de Sócrates, Platão, o filósofo das ideias.

Para Platão, o mundo em que vivemos é apenas uma sombra de outro mundo de formas perfeitas, o mundo das ideias. Nesse mundo, cada ideia é como que o molde original de onde os outros materiais surgiram, como por exemplo a ideia da cadeira consiste na cadeira perfeita que deu origem as outras cadeiras que existem em nossa realidade.

Esse mundo ideal seria o objetivo do conhecimento cientifico e filosófico, episteme. O mundo sensível, nosso mundo, é a doxa, fruto de aparências. O célebre mito da caverna, de autoria de Platão, retrata esse conceito, onde cada sombra na caverna é como que uma representação da realidade em que vivemos, mera sombra do real mundo das ideias.

Platão também criou a cidade/estado (pólis) perfeita. Nela, cada um teria sua função, de acordo com o conceito de justiça criado por ele, e a cidade seria governada por filósofos.

Platão também teve um discípulo de impressionante genialidade: Aristóteles (384-322A.C.).

Aristóteles discordou de seu mestre quanto ao mundo das ideias. Para Aristóteles não existe um mundo de formas ideais como propôs Platão, mas cada ser tem em si mesmo sua própria essência. Dessa forma, cada ser teria sua existência dividida em dois planos: o essencial, que dá a cada um sua característica de como ele é; e o acidental, que está no indivíduo mas não é essencial. Podemos usar de exemplo o fato de uma cadeira ser verde, outra amarela, etc.

Apesar de ter estudado 20 anos na Academia de Atenas, Aristóteles era da Macedônia. E isso o impediu de substituir Platão na direção da mesma após a sua morte, pois os atenienses não gostavam de estrangeiros. Fundou mais tarde outra academia, chamada de Liceu.

Outra característica da filosofia aristotélica é a divisão da matéria em ato e potência. Segundo ele, toda ser existente contém em si o ato, que representa seu estado atual, e a potência, que é o que ele pode vir a se transformar posteriormente. O barro é o ato de barro e a potência de se transformar em tijolo. O tijolo por sua vez é o ato tijolo e a potência de se transformar em casa, etc.

Ideologia


A ideologia também faz parte do estudo da básico de filosofia. De acordo com o ponto de vista filosófico, existem três tipos fundamentais de ideologia: a falsa verdade, um saber cheio de lacunas.


A importância da ideologia é algo a ser refletido, pois muitas vezes ela é usada como meio de opressão e controle. Para esclarecer isso, podemos citar o comunismo, o nazismo e até mesmo o capitalismo como exemplos de ideologia de controle. O capitão América e o super-homem também podem ser vistos como exemplo de ideologias. 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Filosofia Moderna III - Empirismo

Empirismo


A seguir veremos o que essa corrente filosófica que se denomina empirismo, seus principais fundadores e a época em que surgiu.

O empirismo conta com dois nomes entre os seus principais fundadores: John Locke e David Hume. O primeiro era um inglês nascido em 1632 e morto em 1704, ardoroso defensor do liberalismo econômico. David Hume nasceu em Edimburgo no ano de 1711 e viveu até 1776. Além do empirismo radical, Hume também ficou conhecido pelo ceticismo filosófico.

O empirismo de caracteriza por ser uma corrente filosófica contrária ao Racionalismo, pois acredita que o conhecimento não parte do raciocínio logico e sim das experiências do ser humano com o mundo físico.

Segundo o empirismo, o ser humano nasce como uma folha em branco, que vai sendo preenchida de acordo com as experiências que ele tem na sua vida. A combinação de experiências vai gerando na mente do ser humano uma visão do mundo que aos poucos vai se tornando mais complexa e detalhada.

Hume também explicava que a experiência humana se baseia em dois tipos diferentes: as impressões e as ideias. As impressões são como que derivadas da experiência original e as ideias seriam recordações dessa sensação proveniente da experiência primaria.

Ainda de acordo com o Empirismo, todo o conhecimento gerado pelo ser humano em nossa mente é proveniente dos nossos sentidos. Com outras palavras, os nossos sentidos são as ferramentas usadas pelo corpo para a ocorrência das experiências que irão gerar conhecimento em nós.

Hume tinha a preocupação de examinar as ideias geradas pelos nossos sentidos pois o ser humano pode juntar experiências diversas e com elas criar a ideia complexa de algo que na realidade não existe. Sua análise consistia em descobrir se as ideias formadas têm ou não uma experiência correspondente para, a partir daí, determinar se elas são verdadeiras ou falsas.

De acordo com tal raciocínio, Hume afirmava que a ideia de Deus, por exemplo, é falsa, pois não existe nenhuma experiência sensível que comprova Sua existência.

De maneira sucinta, podemos dizer que o empirismo afirma que o ser humano nasce sem conhecimento algum e tudo o que ele aprende se dá através de experiências como o meio externo, que ocorrem através dos nossos sentidos.

A seguir, teremos uma visão resumida do que é o racionalismo para facilitar os estudos. Lembrando que o racionalismo foi tratado anteriormente nesse mesmo texto.

Para compreensão do racionalismo é necessário primeiro entender a mudança de estrutura que permitiu o surgimento de tal corrente filosófica. Uma dessas mudanças está na forma de pensar: enquanto o homem medieval acreditava num mundo onde Deus estava no centro de todas as coisas, o homem moderno crê no que chamamos de antropocentrismo, no qual o homem é o centro de tudo.

No racionalismo, a verdade está presente no raciocínio do próprio homem. Existem, porém outras teorias gnosiológicas (chamamos de gnosiologia o estudo da origem do conhecimento):

·         Dogmatismo: baseia-se na crença da verdade pela fé

·         Ceticismo: nega há possibilidade de se obter conhecimento

·         Relativismo: prega que não existem verdades universais, apenas verdades baseadas no ponto de vista das pessoas

·         Pragmatismo: toma como verdade aquilo que é útil no momento.

O racionalismo, que prega o conhecimento a partir da razão, afirma que existem duas formas de se obter o conhecimento: inatismo, que correspondem as ideias que nascem com o indivíduo; e o conhecimento a priori, derivada da razão e que não participa do conhecimento sensível.

O racionalismo cartesiano tem algumas características específicas, como por exemplo a divisão do método de estudo em 4 regras fundamentais: evidência, análise, síntese e enumeração. Tal método para Descartes deveria partir de princípios matemáticos.

Outra característica cartesiana importante para se guardar é a de que a existência do ser humano é provada pela capacidade de pensar (cogito, ergo sum).

Descartes também conclui que Deus existe a partir da ideia de um ser perfeito, capaz de conhecer todas as coisas, diferentemente do homem, que apesar de pensar não é capaz de conhecer tudo.


Filosofia Moderna: Empirismo e Iluminismo



Enquanto que no Racionalismo moderno, que teve com Descartes seu maior filósofo, o ponto de partida era o ser pensante, O empirismo nega toda essa ideia, afirmando que o conhecimento da verdade não parte do raciocínio interno das pessoas e sim da experiência sensível.

De uma maneira mais detalhada, tal experiência ocorreria de duas formas: a percepção do mundo externo através de nossos sentidos e o exame interno de nossas atividades mentais.

No iluminismo, temos Jean Jacques Rousseau como o seu maior filosofo. Ele nasceu na Genebra em 1712, mas na França que escreveu suas principais, entre elas O contrato Social e O discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens.

No contrato social, Rousseau descreve a maneira como um soberano deve comandar a nação, que segundo ele é de acordo com a vontade geral do povo. Já no Discurso, Rousseau valoriza os valores de uma vida natural e critica a corrupção.

De acordo com Rousseau, é a educação que vai determinar o caráter de um homem. Segundo ele, o homem nasce naturalmente e é corrompido pelo artificialismo da civilização.

Tal corrupção aconteceria pela pressão social exercida sobre o indivíduo desde o seu nascimento e pela corrupção que, se for malfeita, pode desvirtuar uma pessoa. De acordo com Rousseau, a natureza educa os sentidos enquanto que o ensino educa a mente e a experiência molda o comportamento.

Rousseau ainda dizia que o homem nasce acorrentado a normas e valores impostos pela civilização, sendo tarefa da filosofia dar liberdade ao homem fazendo-o voltar a sua instintividade natural. Rousseau acreditava que história da humanidade seria na realidade uma degeneração ao invés de evolução, e que a única vantagem da vida em sociedade era a união das forças individuais.

Na sua obra O contrato Social, ele defende a liberdade e o respeito as normas comuns, dizendo que as leis de tal contrato deveriam ser impessoais para garantir o direito de todos. Ainda na obra, Rousseau afirma que cada indivíduo deve renunciar à própria liberdade em prol da liberdade dos outros.

Ao longo da história da humanidade, os direitos naturais do ser humano vêm sendo ofuscados pela artificialidade da vida em sociedade. Direito natural corresponderia a um direito garantido pela natureza aos seres humanos e válido em qualquer lugar. Ao passo que os direitos civis regulariam as relações das pessoas em situação de equilíbrio.

O direito civil teria surgido para estabelecer mais justiça nas relações interpessoais e para que possa ter validade é necessário que haja igualdade e respeito entre os homens.

Rousseau dizia que a corrupção se inicia no momento em que o homem começa a viver numa solidão bucólica. E ainda de acordo com ele, um Estado maior e com mais eficiência seria o responsável por ter um povo maior e mais eficiente.


Por último, Rousseau dizia que a justiça somente seria possível com a participação popular, até mesmo para evitar o sufocamento da população com a soberania do Estado. E que as injustiças sociais derivam da tentativa de falsear a lei e a justiça.

domingo, 23 de agosto de 2015

Filosofia Moderna II

Idade Moderna e Filosofia Moderna


Para começarmos o estudo da filosofia na Idade Moderna, é necessário estabelecer algumas características desse período e o que mudou com o fim da era medieval. Começamos por dizer que tal período se estendeu de meados do séc. XV a fins do séc. XVIII. Entre as suas principais marcas, citamos o movimento de reforma que derrubou a unidade religiosa em torno da Igreja Católica e a mudança de mentalidade do teocentrismo para o antropocentrismo, conforme proposto por Copérnico e posteriormente Galileu. Apesar de certo, Galileu foi obrigado a renegar tudo o que havia proposto, inclusive as teorias que explicavam a queda dos corpos e as descobertas astronômicas, tudo por causa da perseguição da Igreja Católica.

Galileu, aliás, foi um dos mais importantes cientistas desse período. Nascido em 1564, na Itália, Galileu foi responsável por radicais mudanças no conhecimento até então formado, realizando progressos nas áreas da óptica, hidrostática, estudo do movimento, dinâmica, etc. seus procedimentos eram muito voltados para a experimentação, mas não se utilizava somente disso para formular seus postulados. Ele também se utilizava de seu raciocínio próprio e o submetia a provas para verificar sua validade.

Na mudança da era medieval para a Idade Moderna, Galileu foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento da ciência, com valorização da experiência e da técnica. Outro acontecimento relevante nesse período é o surgimento da imprensa.

O movimento do Renascimento, que se inicia no século XV e se estende ao século XVI, marca o início dos abalos ao dogmatismo da Igreja Católica. O homem nesse período começa a desenvolver um saber crítico que questiona a autoridade do papa e o saber aristotélico até então imposto. Tal saber pregava, por exemplo, o modelo geocêntrico.

Surge assim nesse período uma nova forma de saber, denominada saber ativo, que se contrapõem ao saber contemplativo que caracteriza a Igreja Católica. A realidade agora é observada e testada, submetida a experimentações para somente assim se firmar algum tipo de verdade. Galileu, mesmo com equipamentos rústicos, conseguiu fazer grandes avanços graças a esse saber ativo.

Tal período permite grande desenvolvimento no campo das ciências diversas, com o surgimento de importantes nomes, tais como Galileu na física e astronomia, Kepler, Newton, Torriceli, Gilbert, etc. A anatomia revelou Vesálio, Servet, Harvey e Hooke, que desvendou a estrutura celular. Já na matemática destacaram-se Fermat, Leibniz, Pascal e Descartes. Este último foi muito importante na filosofia e será estudado mais adiante.

A principal ocorrência da Idade Moderna que favoreceu o pensar filosófico é o surgimento de novas questões políticas, econômicas e cientificas. Tais questionamentos levaram o homem a ter uma forma de saber diferente, sem influência da religião, dessacralizando o cosmo. Até mesmo a moral e a política não estavam mais sob o arbítrio canônico, o que contribuiu para o aparecimento e desenvolvimento dos Estados nacionais.

Existem também outros fatores que caracterizaram o período da Idade Moderna e contribuíram para uma mudança no pensar filosófico, como a geometrização do espaço (que até então considerava a Terra como o centro do universo), a separação entre fé e razão, a passagem do feudalismo para o capitalismo e a centralização do poder em uma monarquia absolutista.

Em termos filosóficos, os maiores temas discutidos na Idade Moderna são o racionalismo e a liberdade.

Um dos principais filósofos desse período, René Descartes focou seu trabalho justamente no racionalismo. Descartes nasceu na França em 1596 e faleceu em 1650. Pertencia a uma família burguesa muito próspera.

A partir de 1619, Descartes fez inúmeras viagens pelo continente europeu, estabelecendo contato com diversos sábios e pensadores do período. Se tornou amigo de Blaise Pascau (1623-1662).

O trabalho de René Descartes era feito com muita cautela, pois seus ideais poderiam ser motivos de perseguições religiosas. Descartes afirmava, por exemplo, que para se chegar a um conhecimento verdadeiro era necessário colocar em dúvida tudo aquilo que acreditamos a respeito do tema estudado. Somente assim havia abertura para ampliar o conhecimento.

Descartes é o autor da célebre frase cogito, ergo sum, que significa “penso, logo existo”. Tal frase demonstra o princípio da filosofia cartesiana, na qual tudo provem do raciocínio, do pensamento. O termo pensamento para Descartes tem, porém, um sentido bastante amplo, abrangendo tudo aquilo que é realizado no nosso intelecto: afirmar, negar, sentir, crer, sonhar, imaginar, etc.

De tal maneira era a filosofia de Descartes que podemos dizer que ela tinha uma tendência idealista de valorizar o sujeito pensante.

Além de afirmar que o conhecimento de algo só poderia ser alcançando com o questionamento de tudo aquilo que se acredita anteriormente, Descartes também afirmava que o conhecimento de algo externo existe a partir de um raciocínio lógico interno da pessoa.

Outro aspecto importante de Descartes a ser lembrado é a importância fundamental que ele dava à matemática. Acreditava que a matemática é um instrumento para a compreensão da realidade e o plano cartesiano é derivado de seus trabalhos no campo dos números.

Na sua eminente obra O Discurso do Método, Descartes apresenta 4 regras que norteiam sua teoria de como o alcança o conhecimento verdadeiro: da evidencia, da análise, da síntese e da enumeração.

Na regra da evidência, Descartes afirmava a importância da clareza e distancia de um postulado para admissão de sua veracidade. Já na regra da análise, ele dizia que a matéria a ser analisada necessitava ser dividida em tantas partes quantas forem necessárias para que possamos alcançar a clareza necessária.

A regra da síntese determinava a ordenação dos problemas de uma matéria mais simples para a mais complexa, ditando a sua sequência de resolução. A última parte é da regra da enumeração, que determinava a finalização de um problema. Nessa finalização, o pesquisador deveria fazer verificações completas e garantir com certeza que nenhum dado a ser analisado foi omitido.

sábado, 22 de agosto de 2015

Pedagogia: Paulo Freire, uma biografia

A prometida biografia de Paulo Freire, com alguns de seus conceitos mais importantes.

Educação por Paulo Freire


O método de ensino de Freire mostra a todos os profissionais da área da educação que é necessário construir uma nova organização para o espaço, fundamenta na aplicação das políticas público-pedagógicas.

A pedagogia de Paulo Freire serve como referencial teórico pois se volta para a conscientização e transformação social. A seguir vamos estudar um pouco mais de sua história e importância para a educação.

O estudo da história de vida de Paulo Freire é importante para conhecermos sua obra, pois usou muitas coisas pessoais para descrever suas teorias. Sua história é dividida em três partes, a primeira corresponde ao tempo que viveu em Recife, a segunda ao tempo no exílio e a terceira ao tempo em que morou em São Paulo.

Recife


Paulo Freire nasceu no Recife em 1921. Sofreu muito com a crise de 1929 conhecendo a pobreza, e em 1931 muda-se para Jaboatão. Em 1943 começa a cursar direito e em 1944 casa-se com a professora Elza.

Em 1961, Freire começa a trabalhar com a alfabetização de adultos em Angicos e Mossoró, utilizando o método Paulo Freire. E em 1964 assume o Plano Nacional de Adultos.

Exílio


Em 1964, ocorre o Golpe Militar no Brasil. Paulo Freire é preso e exilado na Bolívia. Segue para o Chile e trabalha na Universidade Católica de Santiago, reformulando o plano de Educação e Massa.

Em 1969 vai para os Estados Unidos trabalhar em Harvard. No ano seguinte lança o livro Pedagogia do Oprimido e muda-se para Genebra.

São Paulo


Retorna ao Brasil em 1980 e começa a trabalhar na PUC-SP. Em 1989 assume a secretaria de educação de São Paulo e implementa o Movimento de Alfabetização.
Falece em 1997.

Vejamos a seguir o que Paulo Freire pensa a respeito da educação.

A educação libertadora de Paulo freire se preocupava com aspectos sociais do ser humano. Ele afirmou, por exemplo, que “ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra”.

Entre alguns aspectos da educação libertadora, podemos afirmar que ela nega o isolamento do homem com o mundo. Também renega a consciência ingênua, contrapondo a consciência crítica.

A consciência ingênua se caracteriza por não se aprofundar nas causas e ainda afirma que a realidade não pode ser mudada. Também é conhecida por ser impossível de ser investigada. Já a consciência crítica reconhece que a realidade é transformável e pode ser investigada, além de se preocupar em aprofundar nos assuntos.

No livro pedagogia do Oprimido, Paulo Freire nos introduz o termo “educação bancária”, na qual o educador é apresentado como o dono da verdade, que pensa e ensina, e os educandos como os que nada sabem, apenar receptivos, pensados.

Contra a educação bancária, Freire nos apresenta a educação de caráter dialógico e horizontal que, entre outras coisas, afirmar que educador e educando estão sempre aprendendo, e que o saber do educando não pode ser menosprezado. A educação horizontal também se interessa pelos saberes socialmente produzidos na vida dos educandos.

Estabelecendo um paralelo entre a educação bancária e a educação libertadora, podemos dizer que a primeira é individualista, favorece a competição, focada na reprodução social, utiliza como modelo o professor instrutor, e trata o educando como objeto, enquanto a educação libertadora favorece o coletivo e promove a participação, focada na mudança social, utiliza a investigação como modelo, e trata o educando como sujeito.

Paulo Freire também tratava da importância do uso das tecnologias no ensino, notoriamente o computador, não somente como fonte de conteúdo, mas também como capaz de problematizar e levar a entender.

Pedagogia para a vida


Hermann Hesse -> não é possível dar o mundo a outra pessoa, podemos sim ajudá-la a encontrar o próprio mundo em si mesma.

Helen Keller -> esforçarmo-nos por querer forças suficientes para cumprirmos nossas tarefas e ter sempre vontade de continuar a servir.

H. J. Brown -> existem três tipos de pessoas, as que fazem as coisas acontecerem, as que olham as coisas acontecerem e as que se perguntam o que foi que aconteceu.

Paulo Freire -> nenhum ser humano é capaz de educar ao outro; os homens se educam entre si e o mundo educa a todos.

Paulo Freire -> ninguém liberta o outro e ninguém se auto liberta, os homens se libertam juntos.

Paulo Freire -> a exigência dos educadores progressistas é que jamais desrespeitem o sonho democrático e manipulem seus educandos.

Paulo Freire -> não existe diálogo e nem pronúncia do mundo se não houver amor a esse mesmo mundo e aos homens.

Paulo Freire -> ao compreender a própria realidade, o homem pode procurar soluções para o desafio de mudar a própria realidade e assim criar um mundo próprio.

Paulo Freire -> sem amar a vida, os homens e o mundo não é possível o diálogo.

Helen Keller -> não se deve engatinhar quando se pode voar.

O papel do professor na construção da cidadania



O professor tem importante papel na construção da consciência cidadã desde os tempos da Grécia Antiga, em que os filósofos tinham conhecimentos de causas profundas graças ao trabalho da reflexão.

O processo educacional envolve um desenvolvimento das habilidades cognitivas, social e emocional dos alunos, mas o professor tem ainda o deve de estimular o educando a refletir sobre os problemas enfrentas diariamente em sua vida. Tal tarefa deve levar a uma aceitação do bem compartilhado, da boa convivência, à efetiva prática da cidadania.

Aliás, um cidadão bem formado sabe respeitar os limites alheios, pois tem consciência que a cidadania ocorre na convivência social e consiste em conviver pacificamente, trocando experiências e aceitando as diferenças.

Apesar de não ser apenas do ambiente escolar a responsabilidade do ensino da cidadania, o professor deve ser capaz de dar exemplo de respeito e tolerância aos limites e diferenças individuais. Cabe também ao aluno ter consciência do respeito necessário que se deve ao professor e da diferença entre liberdade e permissividade.

O professor deve se esforçar por despertar a atenção do aluno na discussão da prática da cidadania. Para tanto, ele pode por exemplo se utilizar dos inúmeros recursos tecnológicos disponíveis para tanto.

A educação libertadora ocorre no momento em que o ensino de práticas democráticas se une ao processo de conhecimento e reflexão da liberdade natural dos indivíduos. E o professor deve ter sempre a motivação de que aprimore tal ensino capaz de conduzir o aluno à liberdade.


Por fim, é necessário ao professor a revisão e auto avaliação constante de seu trabalho, para que se atinja o que realmente é chamado de educação libertadora e assim os meios para a realização do sonho “viável” da pedagogia da autonomia de Paulo Freire.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Didática de ensino

Metodologia, técnicas de ensino e recursos didáticos


O ensino é o conjunto de atividades entre professor e aluno que permitem a este último alcançar o conhecimento de algo que se pretende ensinar e o desenvolvimento de suas capacidades mentais. Para que se realize, o professor deve lançar mão de métodos que combinem os objetivos a serem traçados e alcançados com os conteúdos abordados e as formas de reprodução do ensino. A metodologia abordada para a efetivação do ensino irá englobar as ações e medidas do professor para que ele e seus alunos alcancem suas pretensões. Veremos a seguir a importância da metodologia de ensino, alguns conceitos básicos e suas principais características.

Partindo do princípio, vemos diversos conceitos de metodologia, alguns um tanto destoantes. De uma maneira simplificada, podemos adotar que metodologia é uma técnica, ou ainda, o meio adequado de se alcançar algum objetivo, de acordo com um sistema que regula sua execução e que foi previamente elaborado.

A formulação de uma metodologia de ensino corresponde a uma série de ações e atitudes que o professor toma para que conduza e estimula a aprendizagem do aluno. Essa formulação parte da resposta a algumas questões cruciais concernentes a maneira como o aluno irá aprender. Tais questões abrangem o conteúdo e maneira que tal conteúdo será ensinado ao aluno, a melhor maneira de aprendizagem do aluno entre outros.

O aluno, por sua vez, também faz uso de algumas metodologias para assimilar o conhecimento, desde o estudo em grupo até as tarefas e exercícios que ele faz. Algumas metodologias podem ser estimuladas pelo professor, como a realização de trabalhos, o incentivo à pesquisa e tantas outras diversas que o professor pode utilizar para facilitar o aprendizado do aluno.

Existem quatro perspectivas diferentes da metodologia de ensino. A primeira delas, a perspectiva dialogada, relaciona o ensino de uma verdade absoluta a partir de descobertas do aluno; a perspectiva experimental permite descobertas do estudante através de um conflito cognitivo, ou seja, o aluno aprende por meio de uma instrução do professor; a problematizadora realiza questões que permitem ao aluno aprender por meio de uma tomada de decisão interna. A última perspectiva, a transmissiva, é a tradicional perspectiva de ensino na qual o professor irá transmitir os conhecimentos ao docente.

A escolha da metodologia adequada é determinada de acordo com os objetivos imediatos da aula a ser dada em combinação com os objetivos gerais do plano de aula, e ainda deve ser consoante com os conteúdos e métodos utilizados.

A metodologia do processo de ensino-aprendizagem deve ser elaborada de maneira que consista numa interação dinâmica entre a aplicação dessa metodologia, a função do ensino e as diferentes maneiras como ocorre esse ensino (metodologias), num processo em que cada segmento retroalimenta o outro e assim permita a contínua otimização do ciclo.

Para elaborar tal metodologia, é necessário que o docente tenha em mente que sua aula deverá unir o contexto profissional e acadêmico, e ainda que ela deve ser compatível com características peculiares da disciplina a ser ensinada. Feito isso, ele deverá selecionar os métodos, técnicas e modalidades de ensino com o objetivo de promover tal união e facilitar a aprendizagem. Resumidamente, a metodologia de ensino deve ser adequada ao perfil sociocultural do aluno, sua idade, capacidade de desenvolvimento mental e ao contexto em que se realiza a didática.

Quanto à definição de metodologia de ensino, podemos concluir que consistem nas ações e atitudes que o professor toma tendo em vista a assimilação consciente dos ensinamentos pelo aluno e desenvolvimento de suas capacidades cognitivas e operacionais.

Princípios básicos de ensino



Quanto ao processo de ensino, independente da metodologia adota, alguns princípios devem ser levados em conta, como a natureza da prática educativa de acordo com a instituição de ensino, as características próprias do processo cognoscitivo, a relação entre o ensino e a natureza do aluno, etc. O processo deve ser realizado de tal maneira que o aluno seja convidado a analisar, refletir, avaliar, criticar, interpretar, verificar. Também é necessário que ele planeje, construa, explique, sintetize, fundamente, descreva, para que possa finalmente conceituar, demonstrar, exemplificar.

São recomendações feitas ao professor que ele sempre utilize de uma explicação cientifica para cada matéria e oriente os alunos a e utilizar de métodos científicos em seus estudos também. Também deve ser certificar que o aluno não tenha dúvidas da matéria anterior ao introduzir uma nova e que haja uma ligação entre dois conteúdos ministrados sequencialmente. Por último, é aconselhado que a todo momento o professor se aproveite para formar atitudes e convicções em seus alunos.

A metodologia não pode consistir em mera transmissão de conteúdo. É necessário que ela esteja em sintonia com os conhecimentos científicos atuais e que seja atualizada de modo a torna-la compreensível ao estudante caso não seja. Também deve estar de acordo com os métodos investigativos próprios de cada matéria, desde que não ultrapasse a capacidade de conhecimento próprio de cada um. O aluno deve ser convidado a participar do processo de conhecimento, produzindo e reproduzindo aquilo que se deseja aprender.

Também é extremamente necessário que o professor se utilize de uma linguagem clara e coesa, possível se ser assimilada, dosando o nível de dificuldade de sua matéria e respeitando o nível de conhecimento de cada discente.

O professor deve deixar claro ao aluno a relação entre conhecimento e prática, seja estabelecendo vínculos entre a pratica escolar e as experiências pessoais de cada um ou exigindo dos alunos que fundamentem aquilo que realizam em casa com o conhecimento aprendido na escola. Ela também deve mostrar que os conhecimentos atuais resultam de experiências práticas do passado.

Deixar claro a importância do conhecimento adquirido, assim como os objetivos das aulas, são maneiras de aumentar o interesse pelas aulas. Uma outra maneira de incentivar o aluno é através de perguntas de natureza exploratória e encaminhatória, valorizando o diálogo e provocando o aluno para que ele exponha e defenda seu ponto de vista e faça as próprias perguntas. É interessante que as dúvidas de um aluno sejam respondidas para toda a sala, a fim de evitar que alguém fique sem saber.

É necessário que o conteúdo ensinado tenha solidez. Para isso, o professor precisa retomar continuamente a matéria e aplicar exercícios de fixação. Também deve aplicar tarefas individualizadas a alunos com maior dificuldade e sistematizar os conceitos básicos da matéria frequentemente.

Entre os instrumentos que podemos utilizar para convidar o aluno a participar do processo de construção do próprio conhecimento, podemos citar a criação de contextos em que ele tenha que utilizar dos conteúdos aprendidos nas aulas expositivas, do professor ou de convidados, para resolver problemas individuais ou sociais; a leitura de livros ou textos, a utilização de exercícios que obriguem o estudante a atualizar seu conhecimento.

O trabalho docente deve garantir a todos os alunos condições iguais de conhecimento, levando em consideração as particularidades e diferenças individuais. Algumas técnicas para chegar a esse resultado incluem explicar a todos os objetivos do ensino e as expectativas com relação à aprendizagem; o estudo individual orientado; aplicar um ritmo de trabalho que extraia o máximo esperado de rendimento do grupo de alunos; o uso da internet para o estudo de caso com práticas; prevenir ou remediar particularidades que possam atrapalhar os estudantes, como por exemplo colocando alunos com dificuldade de visão à frente e se dirigindo com mais frequência a alunos desatentos; o relato de experiências profissionais e a confecção de projetos que superem as diferenças individuais e sua demonstração.

Classificação dos métodos de ensino



Método expositivo

O professor é responsável pela transmissão dos conhecimentos e habilidades aos alunos, que têm uma atividade receptiva.

O professor pode trabalhar esse método de quatro formas diferentes. O primeiro, exposição verbal, cuida de explicar um assunto desconhecido. O professor deve ter o interesse a trabalhar com simulações, leitura expressiva, oficinas, descrição de uma situação real com vivacidade, procurando aguçar a curiosidade e estimular sentimentos.

O segundo método é o demonstrativo, que se utiliza de recursos para demonstrar fenômenos e processos, seja através de slides ou de uma visita técnica. O método ilustrativo, terceira forma de trabalhar uma aula expositiva, compõe-se de gravuras, imagens, gráficos, etc., utilizados com o objetivo de trabalhar a concentração e observação dos alunos.

O quarto e último método é a exemplificação, que nada mais é do que uma maneira de auxiliar a exposição verbal, primeiro método.

Método do trabalho independente

O método de trabalho independente é focado na atividade mental do aluno e exige que ele já possua determinado conhecimento. Consiste na aplicação de tarefas orientadas pelo professor para que o aluno desenvolva de modo individual e criativo e é muito importante não esquecer de fornecer feedbacks sobre os trabalhos dos alunos. Tal método pode ser aplicado de três maneiras diferentes a qualquer momento da aula: como tarefa preparatória, para verificar o conhecimento prévio do aluno; como tarefa assimilativa, para aprofundação e fixação de temas já tratados; ou como tarefa de elaboração pessoal, na qual o aluno vai produzir respostas próprias as questões como para que serve, o que fazer quando, etc.

Para efetivo cumprimento de seu papel, o professor deve, durante o método de trabalho independente, promover condições seguras de trabalho, dar tarefas e debates claros, acompanhar o trabalho em grupo dos alunos. Já os alunos devem saber fazer ensaios, seminários, saber como trabalhar com exames escritos e promover a auto avaliação e ajuda mutua, revendo a literatura. Torna-se necessário a realização sempre de uma aprendizagem aberta, com avaliações dos estudantes.


Método de elaboração conjunta

É o método que promove a interação ente professor e aluno, com a utilização de perguntas que levam o aluno a reflexão e produção do próprio conhecimento. Promove a assimilação ativa de conteúdos pelo aluno, o que contribuía atividade mental. A seguir listamos algumas atividades interessantes de serem usadas durante as aulas, não perdendo de foco que a principal delas é a pergunta em si: projetos de pesquisa, oficinas para solução criativa de problemas, a realização de “tempestades cerebrais” como forma de resolver problemas, a utilização do pensamento lateral, realização de métodos de aprendizagem concreta e experimental, incentivar a realização de contratos e diários de aprendizagem e, por fim, desempenhar papéis.

A elaboração conjunta também é excelente para promover a avaliação crítica de si mesmo e busca de novos caminhos para a solução de problemas. Utilizar documentos reflexivos, definir perfil de estudo, oficinas com mentores, diários reflexivos e estudo independente são algumas maneiras de intensificar ainda mais esses objetivos. Dissertações também são importantes.

Método de trabalho em grupo

Serve para a colaboração e integração entre os alunos para execução de um projeto. No desenvolvimento do plano de aula, deve constar o objetivo da aula e a relação com outras áreas de conhecimento. O professor também deve localizar o estudo historicamente e trazer materiais de consulta como referência. Além disso, é importante deixar claro os critérios para separação dos grupos.

Algumas circunstancias de tornam obrigatórias ao trabalhar em grupo em grupo, como a existência de condições adequadas, entre elas espaço físico e iluminação. É exigido que o professor tenha algumas questões fundamentais como saber que o objetivo é o desenvolvimento de competências e não deve se esquecer de apresentar um roteiro da aula.

Existem diversas formas de apresentação, como o debate, Philips 66, o seminário, etc, porém, em todas as apresentações de grupos, deve-se estar atento para usar sempre palavras de reforço e usar as respostar dos alunos como gancho para prosseguir sua explicação. Também é importante ouvir as experiências dos alunos e esforçar por tornar a linguagem acadêmica o mais claro e inteligível o possível. Para isso, é necessário criar analogias, explicar conceitos, usar exemplos e vincular a teoria com a pratica.

Atividades especiais

Tem a função de complementar os métodos de ensino anteriormente citados, promovendo uma assimilação ativa dos conteúdos e permitindo maior planejamento, execução e ainda avaliação dos resultados alcançados. Um exemplo de atividade especial é o estudo do meio.

Importante saber que o homem vai aprender a aprender ao longo da vida. Por isso é tão importante, no decorrer do ensino, que o professor precisar use uma terminologia adequada ao seu discurso. Sua voz deve ser audível, usando pausas e entonando a voz adequadamente. E deve ter sempre senso de humor ao lidar com alunos.
“Ninguém sabe tudo que não possa aprender e ninguém sabe tão pouco que não tenha como ensinar”

Referência


LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.