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domingo, 23 de agosto de 2015

Filosofia Moderna II

Idade Moderna e Filosofia Moderna


Para começarmos o estudo da filosofia na Idade Moderna, é necessário estabelecer algumas características desse período e o que mudou com o fim da era medieval. Começamos por dizer que tal período se estendeu de meados do séc. XV a fins do séc. XVIII. Entre as suas principais marcas, citamos o movimento de reforma que derrubou a unidade religiosa em torno da Igreja Católica e a mudança de mentalidade do teocentrismo para o antropocentrismo, conforme proposto por Copérnico e posteriormente Galileu. Apesar de certo, Galileu foi obrigado a renegar tudo o que havia proposto, inclusive as teorias que explicavam a queda dos corpos e as descobertas astronômicas, tudo por causa da perseguição da Igreja Católica.

Galileu, aliás, foi um dos mais importantes cientistas desse período. Nascido em 1564, na Itália, Galileu foi responsável por radicais mudanças no conhecimento até então formado, realizando progressos nas áreas da óptica, hidrostática, estudo do movimento, dinâmica, etc. seus procedimentos eram muito voltados para a experimentação, mas não se utilizava somente disso para formular seus postulados. Ele também se utilizava de seu raciocínio próprio e o submetia a provas para verificar sua validade.

Na mudança da era medieval para a Idade Moderna, Galileu foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento da ciência, com valorização da experiência e da técnica. Outro acontecimento relevante nesse período é o surgimento da imprensa.

O movimento do Renascimento, que se inicia no século XV e se estende ao século XVI, marca o início dos abalos ao dogmatismo da Igreja Católica. O homem nesse período começa a desenvolver um saber crítico que questiona a autoridade do papa e o saber aristotélico até então imposto. Tal saber pregava, por exemplo, o modelo geocêntrico.

Surge assim nesse período uma nova forma de saber, denominada saber ativo, que se contrapõem ao saber contemplativo que caracteriza a Igreja Católica. A realidade agora é observada e testada, submetida a experimentações para somente assim se firmar algum tipo de verdade. Galileu, mesmo com equipamentos rústicos, conseguiu fazer grandes avanços graças a esse saber ativo.

Tal período permite grande desenvolvimento no campo das ciências diversas, com o surgimento de importantes nomes, tais como Galileu na física e astronomia, Kepler, Newton, Torriceli, Gilbert, etc. A anatomia revelou Vesálio, Servet, Harvey e Hooke, que desvendou a estrutura celular. Já na matemática destacaram-se Fermat, Leibniz, Pascal e Descartes. Este último foi muito importante na filosofia e será estudado mais adiante.

A principal ocorrência da Idade Moderna que favoreceu o pensar filosófico é o surgimento de novas questões políticas, econômicas e cientificas. Tais questionamentos levaram o homem a ter uma forma de saber diferente, sem influência da religião, dessacralizando o cosmo. Até mesmo a moral e a política não estavam mais sob o arbítrio canônico, o que contribuiu para o aparecimento e desenvolvimento dos Estados nacionais.

Existem também outros fatores que caracterizaram o período da Idade Moderna e contribuíram para uma mudança no pensar filosófico, como a geometrização do espaço (que até então considerava a Terra como o centro do universo), a separação entre fé e razão, a passagem do feudalismo para o capitalismo e a centralização do poder em uma monarquia absolutista.

Em termos filosóficos, os maiores temas discutidos na Idade Moderna são o racionalismo e a liberdade.

Um dos principais filósofos desse período, René Descartes focou seu trabalho justamente no racionalismo. Descartes nasceu na França em 1596 e faleceu em 1650. Pertencia a uma família burguesa muito próspera.

A partir de 1619, Descartes fez inúmeras viagens pelo continente europeu, estabelecendo contato com diversos sábios e pensadores do período. Se tornou amigo de Blaise Pascau (1623-1662).

O trabalho de René Descartes era feito com muita cautela, pois seus ideais poderiam ser motivos de perseguições religiosas. Descartes afirmava, por exemplo, que para se chegar a um conhecimento verdadeiro era necessário colocar em dúvida tudo aquilo que acreditamos a respeito do tema estudado. Somente assim havia abertura para ampliar o conhecimento.

Descartes é o autor da célebre frase cogito, ergo sum, que significa “penso, logo existo”. Tal frase demonstra o princípio da filosofia cartesiana, na qual tudo provem do raciocínio, do pensamento. O termo pensamento para Descartes tem, porém, um sentido bastante amplo, abrangendo tudo aquilo que é realizado no nosso intelecto: afirmar, negar, sentir, crer, sonhar, imaginar, etc.

De tal maneira era a filosofia de Descartes que podemos dizer que ela tinha uma tendência idealista de valorizar o sujeito pensante.

Além de afirmar que o conhecimento de algo só poderia ser alcançando com o questionamento de tudo aquilo que se acredita anteriormente, Descartes também afirmava que o conhecimento de algo externo existe a partir de um raciocínio lógico interno da pessoa.

Outro aspecto importante de Descartes a ser lembrado é a importância fundamental que ele dava à matemática. Acreditava que a matemática é um instrumento para a compreensão da realidade e o plano cartesiano é derivado de seus trabalhos no campo dos números.

Na sua eminente obra O Discurso do Método, Descartes apresenta 4 regras que norteiam sua teoria de como o alcança o conhecimento verdadeiro: da evidencia, da análise, da síntese e da enumeração.

Na regra da evidência, Descartes afirmava a importância da clareza e distancia de um postulado para admissão de sua veracidade. Já na regra da análise, ele dizia que a matéria a ser analisada necessitava ser dividida em tantas partes quantas forem necessárias para que possamos alcançar a clareza necessária.

A regra da síntese determinava a ordenação dos problemas de uma matéria mais simples para a mais complexa, ditando a sua sequência de resolução. A última parte é da regra da enumeração, que determinava a finalização de um problema. Nessa finalização, o pesquisador deveria fazer verificações completas e garantir com certeza que nenhum dado a ser analisado foi omitido.

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