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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Pedagogia - Piaget II

Um aprofundamento no estudo de Jean Piaget

As fases do desenvolvimento humano de Piaget


Jean Piaget inovou o estudo do desenvolvimento por integrar em seu estudo duas linhas de raciocínio até então antagônicas: o idealismo e o materialismo. Seu trabalho também tem um rigor cientifico pouco encontrado antes dele.

1 Piaget nos apresenta em seu trabalho uma terceira linha teórica chamada interacionista. Ela une duas correntes antagônicas, o objetivismo e o subjetivismo. A primeira prega que todo conhecimento provem da experiência com o objeto, enquanto que no subjetivismo o conhecimento é anterior à experiência. Piaget une as duas linhas teóricas pregando que o conhecimento no homem é formulado de sucessivas reconstruções que são feitas com a evolução corpórea e partir das experiências com o mundo exterior.

Assim sendo, existe um mecanismo regulador interno que controla essas reconstruções, como será mostrado adiante.

2 O desenvolvimento humano partiria do princípio básico, segundo Piaget, e se desenvolveria até atingir um grau elevado de complexidade que corresponde à compreensão do raciocínio lógico. Para ele, a lógica se desenvolveria na relação do homem-objeto. De maneira que as relações e experiências humanas ativariam um capaz de regular o desenvolvimento. Nesse ponto vemos a união das duas teorias, objetivismo e subjetivismo.

Para Piaget, porém, o desenvolvimento humano não se limita na relação do homem com o objeto e atuação do raciocínio interno. Existe uma serie de fenômenos complementares atuando, entre eles a maturação do organismo, a vivencia social e o equilíbrio do organismo com o meio.
Este último é o mais importante: a partir dele serão definidos dois fatores que atuam na construção do conhecimento humano. O primeiro deles, invariável, é determinado pela herança genética e que predispõe algumas características ao longo de toda nossa vida. O segundo modelo, variável, se refere às influencias que recebemos do mundo externo e que atua na formação dos esquemas mentais para nossa adaptação ao mundo. Esses esquemas podem ou não ser modificados constantemente em nós de acordo com as experiências vividas.

O processo de adaptação do organismo ao meio é representando de duas formas diferentes para Piaget. Na primeira delas, chamada assimilação, o indivíduo tenta se adaptar à nova sensação usando suas estruturas mentais já existentes, enquanto que na segunda, acomodação, o estrutura modifica as estruturas para se adequar.

Ambas formas são integrantes do processo de equilíbrio do organismo e ocorrem durante toda a vida, levando o homem a se desenvolver. Para que tal desenvolvimento ocorra, porém, é necessário que haja situações de conflito mental que levem o homem a se adaptar e assim evoluir.
Tais situações de conflito, porém, ocorrem de maneira diferente para cada indivíduo, em função inclusive da idade. Devido a isto, Piaget classificou o desenvolvimento humano em quatro estágios distintos.

3 os estágios que ele criou para classificar estão listados abaixo:

·         Sensório-motor – 0 a 2 anos
·         Pré-operatório – 2 a 7 anos
·         Operações concretas – 1 a 11,12 anos
·         Operações formais – de 11 ou 12 anos em diante

Cada fase tem suas características próprias, e servem apenas de referência, não sendo um modelo a ser rigidamente seguido. A influência genética e a quantidade de estímulos vão determinar a velocidade de amadurecimento de cada indivíduo.

a) O período sensório motor é caracterizado pelo exercício de reflexos inatos apenas. Nessa fase o universo da criança se reduz àquilo que seus sentidos alcançam. Um objeto retirado do seu campo de visão “desaparece” nessa fase.

Ao final do período sensório-motor, a criança já é capaz de se situar em um plano do qual ele é um constituinte assim como os objetos que a rodeiam.

b) O pré-operatório é marcado pelo gradual desenvolvimento da linguagem, que só é possível com o desenvolvimento da inteligência.

A linguagem causa importantes mudanças no pensamento cognitivo da criança, pois permite a interação social e abre espaço para que a criança use o simbólico para representar a realidade. É característico dessa fase o pensamento fantasioso ou maravilhoso.

Apesar de tão grande desenvolvimento, essa fase ainda é marcada pelo egocentrismo, pois a criança não consegue imaginar uma realidade da qual não faça parte.

c) Na fase das operações concretas, a criança já é capaz de interiorizar ações e resolver problemas mentalmente, como fazer comparações e etc. aos poucos ela perde o egocentrismo característico da fase anterior e já consegue se colocar no lugar de outrem e abordar pontos de vista diferentes. Contudo, nessa fase a capacidade de abstração ainda não está totalmente completa. Em outras palavras, ela ainda não tem a capacidade da reversibilidade, e seu poder de resolver problemas mentalmente se refere apenas a objetos que podem ser imaginados concretamente.

d) A partir dos 12 anos a criança já é capaz de realizar pensamentos mais abstratos, inclusive questionar valores morais ou postulados éticos. Nessa fase, a criança já começa a adquirir autonomia, pois seus esquemas mentais permaneceram do mesmo modo durante toda a idade adulta. O desenvolvimento após esse período se caracteriza por aumento da profundidade, mas seus esquemas mentais não alteram mais.


Para Piaget, o desenvolvimento da moral ocorre através de etapas do mesmo modo que se dá o desenvolvimento cognitivo. Porém, estas fases não seriam as mesmas do desenvolvimento cognitivo, se limitando a três fases:

·         Anomia – até 5 anos. Nessa fase, não há uma moral propriamente dita, ela segue algumas regras, mas sem se preocupar com bem ou mal, apenas com o dever.

·         Heteronomia – até 9, 10 anos. A criança nesse período é caracterizada por seguir regras de acordo com uma autoridade, no sentido que a moral é apenas o que é imposto e não pode ser mudado.

·         Autonomia. Pensa em obedecer às regras no sentido de reciprocidade, como um acordo mútuo entre as partes. É o último estágio do desenvolvimento da moral.

O desenvolvimento da moral está ligado ao desenvolvimento da inteligência, de acordo com a logica piagetiana. Tal moralidade tem três dimensões: as regras, os princípios – que são os princípios das regras, e o valores, que dão o sentido aos princípios das regras criadas.



FONTE

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