Metodologia, técnicas de ensino e recursos didáticos
O ensino é o conjunto
de atividades entre professor e aluno que permitem a este último alcançar o
conhecimento de algo que se pretende ensinar e o desenvolvimento de suas
capacidades mentais. Para que se realize, o professor deve lançar mão de
métodos que combinem os objetivos a serem traçados e alcançados com os
conteúdos abordados e as formas de reprodução do ensino. A metodologia abordada
para a efetivação do ensino irá englobar as ações e medidas do professor para
que ele e seus alunos alcancem suas pretensões. Veremos a seguir a importância
da metodologia de ensino, alguns conceitos básicos e suas principais características.
Partindo do
princípio, vemos diversos conceitos de metodologia, alguns um tanto destoantes.
De uma maneira simplificada, podemos adotar que metodologia é uma técnica, ou ainda,
o meio adequado de se alcançar algum objetivo, de acordo com um sistema que
regula sua execução e que foi previamente elaborado.
A formulação de
uma metodologia de ensino corresponde a uma série de ações e atitudes que o
professor toma para que conduza e estimula a aprendizagem do aluno. Essa
formulação parte da resposta a algumas questões cruciais concernentes a maneira
como o aluno irá aprender. Tais questões abrangem o conteúdo e maneira que tal
conteúdo será ensinado ao aluno, a melhor maneira de aprendizagem do aluno
entre outros.
O aluno, por
sua vez, também faz uso de algumas metodologias para assimilar o conhecimento,
desde o estudo em grupo até as tarefas e exercícios que ele faz. Algumas
metodologias podem ser estimuladas pelo professor, como a realização de
trabalhos, o incentivo à pesquisa e tantas outras diversas que o professor pode
utilizar para facilitar o aprendizado do aluno.
Existem quatro
perspectivas diferentes da metodologia de ensino. A primeira delas, a perspectiva
dialogada, relaciona o ensino de uma verdade absoluta a partir de descobertas
do aluno; a perspectiva experimental permite descobertas do estudante através
de um conflito cognitivo, ou seja, o aluno aprende por meio de uma instrução do
professor; a problematizadora realiza questões que permitem ao aluno aprender
por meio de uma tomada de decisão interna. A última perspectiva, a
transmissiva, é a tradicional perspectiva de ensino na qual o professor irá
transmitir os conhecimentos ao docente.
A escolha da
metodologia adequada é determinada de acordo com os objetivos imediatos da aula
a ser dada em combinação com os objetivos gerais do plano de aula, e ainda deve
ser consoante com os conteúdos e métodos utilizados.
A metodologia
do processo de ensino-aprendizagem deve ser elaborada de maneira que consista numa
interação dinâmica entre a aplicação dessa metodologia, a função do ensino e as
diferentes maneiras como ocorre esse ensino (metodologias), num processo em que
cada segmento retroalimenta o outro e assim permita a contínua otimização do
ciclo.
Para elaborar tal
metodologia, é necessário que o docente tenha em mente que sua aula deverá unir
o contexto profissional e acadêmico, e ainda que ela deve ser compatível com
características peculiares da disciplina a ser ensinada. Feito isso, ele deverá
selecionar os métodos, técnicas e modalidades de ensino com o objetivo de
promover tal união e facilitar a aprendizagem. Resumidamente, a metodologia de
ensino deve ser adequada ao perfil sociocultural do aluno, sua idade,
capacidade de desenvolvimento mental e ao contexto em que se realiza a didática.
Quanto à
definição de metodologia de ensino, podemos concluir que consistem nas ações e
atitudes que o professor toma tendo em vista a assimilação consciente dos
ensinamentos pelo aluno e desenvolvimento de suas capacidades cognitivas e
operacionais.
Princípios básicos de ensino
Quanto ao
processo de ensino, independente da metodologia adota, alguns princípios devem
ser levados em conta, como a natureza da prática educativa de acordo com a
instituição de ensino, as características próprias do processo cognoscitivo, a
relação entre o ensino e a natureza do aluno, etc. O processo deve ser
realizado de tal maneira que o aluno seja convidado a analisar, refletir,
avaliar, criticar, interpretar, verificar. Também é necessário que ele planeje,
construa, explique, sintetize, fundamente, descreva, para que possa finalmente
conceituar, demonstrar, exemplificar.
São
recomendações feitas ao professor que ele sempre utilize de uma explicação
cientifica para cada matéria e oriente os alunos a e utilizar de métodos científicos
em seus estudos também. Também deve ser certificar que o aluno não tenha
dúvidas da matéria anterior ao introduzir uma nova e que haja uma ligação entre
dois conteúdos ministrados sequencialmente. Por último, é aconselhado que a
todo momento o professor se aproveite para formar atitudes e convicções em seus
alunos.
A metodologia
não pode consistir em mera transmissão de conteúdo. É necessário que ela esteja
em sintonia com os conhecimentos científicos atuais e que seja atualizada de
modo a torna-la compreensível ao estudante caso não seja. Também deve estar de
acordo com os métodos investigativos próprios de cada matéria, desde que não
ultrapasse a capacidade de conhecimento próprio de cada um. O aluno deve ser
convidado a participar do processo de conhecimento, produzindo e reproduzindo
aquilo que se deseja aprender.
Também é
extremamente necessário que o professor se utilize de uma linguagem clara e
coesa, possível se ser assimilada, dosando o nível de dificuldade de sua
matéria e respeitando o nível de conhecimento de cada discente.
O professor
deve deixar claro ao aluno a relação entre conhecimento e prática, seja
estabelecendo vínculos entre a pratica escolar e as experiências pessoais de
cada um ou exigindo dos alunos que fundamentem aquilo que realizam em casa com
o conhecimento aprendido na escola. Ela também deve mostrar que os
conhecimentos atuais resultam de experiências práticas do passado.
Deixar claro a
importância do conhecimento adquirido, assim como os objetivos das aulas, são
maneiras de aumentar o interesse pelas aulas. Uma outra maneira de incentivar o
aluno é através de perguntas de natureza exploratória e encaminhatória,
valorizando o diálogo e provocando o aluno para que ele exponha e defenda seu
ponto de vista e faça as próprias perguntas. É interessante que as dúvidas de
um aluno sejam respondidas para toda a sala, a fim de evitar que alguém fique
sem saber.
É necessário
que o conteúdo ensinado tenha solidez. Para isso, o professor precisa retomar
continuamente a matéria e aplicar exercícios de fixação. Também deve aplicar
tarefas individualizadas a alunos com maior dificuldade e sistematizar os
conceitos básicos da matéria frequentemente.
Entre os
instrumentos que podemos utilizar para convidar o aluno a participar do
processo de construção do próprio conhecimento, podemos citar a criação de
contextos em que ele tenha que utilizar dos conteúdos aprendidos nas aulas
expositivas, do professor ou de convidados, para resolver problemas individuais
ou sociais; a leitura de livros ou textos, a utilização de exercícios que
obriguem o estudante a atualizar seu conhecimento.
O trabalho
docente deve garantir a todos os alunos condições iguais de conhecimento,
levando em consideração as particularidades e diferenças individuais. Algumas
técnicas para chegar a esse resultado incluem explicar a todos os objetivos do
ensino e as expectativas com relação à aprendizagem; o estudo individual
orientado; aplicar um ritmo de trabalho que extraia o máximo esperado de
rendimento do grupo de alunos; o uso da internet para o estudo de caso com
práticas; prevenir ou remediar particularidades que possam atrapalhar os
estudantes, como por exemplo colocando alunos com dificuldade de visão à frente
e se dirigindo com mais frequência a alunos desatentos; o relato de
experiências profissionais e a confecção de projetos que superem as diferenças
individuais e sua demonstração.
Classificação dos métodos de ensino
Método expositivo
O professor é
responsável pela transmissão dos conhecimentos e habilidades aos alunos, que
têm uma atividade receptiva.
O professor pode
trabalhar esse método de quatro formas diferentes. O primeiro, exposição
verbal, cuida de explicar um assunto desconhecido. O professor deve ter o
interesse a trabalhar com simulações, leitura expressiva, oficinas, descrição
de uma situação real com vivacidade, procurando aguçar a curiosidade e
estimular sentimentos.
O segundo
método é o demonstrativo, que se utiliza de recursos para demonstrar fenômenos
e processos, seja através de slides ou de uma visita técnica. O método
ilustrativo, terceira forma de trabalhar uma aula expositiva, compõe-se de
gravuras, imagens, gráficos, etc., utilizados com o objetivo de trabalhar a
concentração e observação dos alunos.
O quarto e
último método é a exemplificação, que nada mais é do que uma maneira de
auxiliar a exposição verbal, primeiro método.
Método do trabalho independente
O método de
trabalho independente é focado na atividade mental do aluno e exige que ele já
possua determinado conhecimento. Consiste na aplicação de tarefas orientadas
pelo professor para que o aluno desenvolva de modo individual e criativo e é
muito importante não esquecer de fornecer feedbacks sobre os trabalhos dos
alunos. Tal método pode ser aplicado de três maneiras diferentes a qualquer
momento da aula: como tarefa preparatória, para verificar o conhecimento prévio
do aluno; como tarefa assimilativa, para aprofundação e fixação de temas já
tratados; ou como tarefa de elaboração pessoal, na qual o aluno vai produzir
respostas próprias as questões como para que serve, o que fazer quando, etc.
Para efetivo
cumprimento de seu papel, o professor deve, durante o método de trabalho
independente, promover condições seguras de trabalho, dar tarefas e debates
claros, acompanhar o trabalho em grupo dos alunos. Já os alunos devem saber
fazer ensaios, seminários, saber como trabalhar com exames escritos e promover
a auto avaliação e ajuda mutua, revendo a literatura. Torna-se necessário a
realização sempre de uma aprendizagem aberta, com avaliações dos estudantes.
Método de elaboração conjunta
É o método que
promove a interação ente professor e aluno, com a utilização de perguntas que
levam o aluno a reflexão e produção do próprio conhecimento. Promove a
assimilação ativa de conteúdos pelo aluno, o que contribuía atividade mental. A
seguir listamos algumas atividades interessantes de serem usadas durante as
aulas, não perdendo de foco que a principal delas é a pergunta em si: projetos
de pesquisa, oficinas para solução criativa de problemas, a realização de
“tempestades cerebrais” como forma de resolver problemas, a utilização do
pensamento lateral, realização de métodos de aprendizagem concreta e
experimental, incentivar a realização de contratos e diários de aprendizagem e,
por fim, desempenhar papéis.
A elaboração
conjunta também é excelente para promover a avaliação crítica de si mesmo e
busca de novos caminhos para a solução de problemas. Utilizar documentos
reflexivos, definir perfil de estudo, oficinas com mentores, diários reflexivos
e estudo independente são algumas maneiras de intensificar ainda mais esses
objetivos. Dissertações também são importantes.
Método de trabalho em grupo
Serve para a colaboração
e integração entre os alunos para execução de um projeto. No desenvolvimento do
plano de aula, deve constar o objetivo da aula e a relação com outras áreas de
conhecimento. O professor também deve localizar o estudo historicamente e
trazer materiais de consulta como referência. Além disso, é importante deixar
claro os critérios para separação dos grupos.
Algumas
circunstancias de tornam obrigatórias ao trabalhar em grupo em grupo, como a
existência de condições adequadas, entre elas espaço físico e iluminação. É
exigido que o professor tenha algumas questões fundamentais como saber que o
objetivo é o desenvolvimento de competências e não deve se esquecer de
apresentar um roteiro da aula.
Existem
diversas formas de apresentação, como o debate, Philips 66, o seminário, etc,
porém, em todas as apresentações de grupos, deve-se estar atento para usar
sempre palavras de reforço e usar as respostar dos alunos como gancho para
prosseguir sua explicação. Também é importante ouvir as experiências dos alunos
e esforçar por tornar a linguagem acadêmica o mais claro e inteligível o
possível. Para isso, é necessário criar analogias, explicar conceitos, usar
exemplos e vincular a teoria com a pratica.
Atividades especiais
Tem a função de
complementar os métodos de ensino anteriormente citados, promovendo uma
assimilação ativa dos conteúdos e permitindo maior planejamento, execução e
ainda avaliação dos resultados alcançados. Um exemplo de atividade especial é o
estudo do meio.
Importante
saber que o homem vai aprender a aprender ao longo da vida. Por isso é tão
importante, no decorrer do ensino, que o professor precisar use uma
terminologia adequada ao seu discurso. Sua voz deve ser audível, usando pausas
e entonando a voz adequadamente. E deve ter sempre senso de humor ao lidar com
alunos.
“Ninguém sabe
tudo que não possa aprender e ninguém sabe tão pouco que não tenha como
ensinar”
Referência
LIBÂNEO, José
Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
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