Empirismo
A seguir veremos o que essa corrente filosófica que se denomina empirismo, seus principais fundadores e a época em que surgiu.
O empirismo conta com dois nomes entre os seus principais fundadores: John Locke e David Hume. O primeiro era um inglês nascido em 1632 e morto em 1704, ardoroso defensor do liberalismo econômico. David Hume nasceu em Edimburgo no ano de 1711 e viveu até 1776. Além do empirismo radical, Hume também ficou conhecido pelo ceticismo filosófico.
O empirismo de caracteriza por ser uma corrente filosófica contrária ao Racionalismo, pois acredita que o conhecimento não parte do raciocínio logico e sim das experiências do ser humano com o mundo físico.
Segundo o empirismo, o ser humano nasce como uma folha em branco, que vai sendo preenchida de acordo com as experiências que ele tem na sua vida. A combinação de experiências vai gerando na mente do ser humano uma visão do mundo que aos poucos vai se tornando mais complexa e detalhada.
Hume também explicava que a experiência humana se baseia em dois tipos diferentes: as impressões e as ideias. As impressões são como que derivadas da experiência original e as ideias seriam recordações dessa sensação proveniente da experiência primaria.
Ainda de acordo com o Empirismo, todo o conhecimento gerado pelo ser humano em nossa mente é proveniente dos nossos sentidos. Com outras palavras, os nossos sentidos são as ferramentas usadas pelo corpo para a ocorrência das experiências que irão gerar conhecimento em nós.
Hume tinha a preocupação de examinar as ideias geradas pelos nossos sentidos pois o ser humano pode juntar experiências diversas e com elas criar a ideia complexa de algo que na realidade não existe. Sua análise consistia em descobrir se as ideias formadas têm ou não uma experiência correspondente para, a partir daí, determinar se elas são verdadeiras ou falsas.
De acordo com tal raciocínio, Hume afirmava que a ideia de Deus, por exemplo, é falsa, pois não existe nenhuma experiência sensível que comprova Sua existência.
De maneira sucinta, podemos dizer que o empirismo afirma que o ser humano nasce sem conhecimento algum e tudo o que ele aprende se dá através de experiências como o meio externo, que ocorrem através dos nossos sentidos.
A seguir, teremos uma visão resumida do que é o racionalismo para facilitar os estudos. Lembrando que o racionalismo foi tratado anteriormente nesse mesmo texto.
Para compreensão do racionalismo é necessário primeiro entender a mudança de estrutura que permitiu o surgimento de tal corrente filosófica. Uma dessas mudanças está na forma de pensar: enquanto o homem medieval acreditava num mundo onde Deus estava no centro de todas as coisas, o homem moderno crê no que chamamos de antropocentrismo, no qual o homem é o centro de tudo.
No racionalismo, a verdade está presente no raciocínio do próprio homem. Existem, porém outras teorias gnosiológicas (chamamos de gnosiologia o estudo da origem do conhecimento):
· Dogmatismo: baseia-se na crença da verdade pela fé
· Ceticismo: nega há possibilidade de se obter conhecimento
· Relativismo: prega que não existem verdades universais, apenas verdades baseadas no ponto de vista das pessoas
· Pragmatismo: toma como verdade aquilo que é útil no momento.
O racionalismo, que prega o conhecimento a partir da razão, afirma que existem duas formas de se obter o conhecimento: inatismo, que correspondem as ideias que nascem com o indivíduo; e o conhecimento a priori, derivada da razão e que não participa do conhecimento sensível.
O racionalismo cartesiano tem algumas características específicas, como por exemplo a divisão do método de estudo em 4 regras fundamentais: evidência, análise, síntese e enumeração. Tal método para Descartes deveria partir de princípios matemáticos.
Outra característica cartesiana importante para se guardar é a de que a existência do ser humano é provada pela capacidade de pensar (cogito, ergo sum).
Descartes também conclui que Deus existe a partir da ideia de um ser perfeito, capaz de conhecer todas as coisas, diferentemente do homem, que apesar de pensar não é capaz de conhecer tudo.
Filosofia Moderna: Empirismo e Iluminismo
Enquanto que no Racionalismo moderno, que teve com Descartes seu maior filósofo, o ponto de partida era o ser pensante, O empirismo nega toda essa ideia, afirmando que o conhecimento da verdade não parte do raciocínio interno das pessoas e sim da experiência sensível.
De uma maneira mais detalhada, tal experiência ocorreria de duas formas: a percepção do mundo externo através de nossos sentidos e o exame interno de nossas atividades mentais.
No iluminismo, temos Jean Jacques Rousseau como o seu maior filosofo. Ele nasceu na Genebra em 1712, mas na França que escreveu suas principais, entre elas O contrato Social e O discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens.
No contrato social, Rousseau descreve a maneira como um soberano deve comandar a nação, que segundo ele é de acordo com a vontade geral do povo. Já no Discurso, Rousseau valoriza os valores de uma vida natural e critica a corrupção.
De acordo com Rousseau, é a educação que vai determinar o caráter de um homem. Segundo ele, o homem nasce naturalmente e é corrompido pelo artificialismo da civilização.
Tal corrupção aconteceria pela pressão social exercida sobre o indivíduo desde o seu nascimento e pela corrupção que, se for malfeita, pode desvirtuar uma pessoa. De acordo com Rousseau, a natureza educa os sentidos enquanto que o ensino educa a mente e a experiência molda o comportamento.
Rousseau ainda dizia que o homem nasce acorrentado a normas e valores impostos pela civilização, sendo tarefa da filosofia dar liberdade ao homem fazendo-o voltar a sua instintividade natural. Rousseau acreditava que história da humanidade seria na realidade uma degeneração ao invés de evolução, e que a única vantagem da vida em sociedade era a união das forças individuais.
Na sua obra O contrato Social, ele defende a liberdade e o respeito as normas comuns, dizendo que as leis de tal contrato deveriam ser impessoais para garantir o direito de todos. Ainda na obra, Rousseau afirma que cada indivíduo deve renunciar à própria liberdade em prol da liberdade dos outros.
Ao longo da história da humanidade, os direitos naturais do ser humano vêm sendo ofuscados pela artificialidade da vida em sociedade. Direito natural corresponderia a um direito garantido pela natureza aos seres humanos e válido em qualquer lugar. Ao passo que os direitos civis regulariam as relações das pessoas em situação de equilíbrio.
O direito civil teria surgido para estabelecer mais justiça nas relações interpessoais e para que possa ter validade é necessário que haja igualdade e respeito entre os homens.
Rousseau dizia que a corrupção se inicia no momento em que o homem começa a viver numa solidão bucólica. E ainda de acordo com ele, um Estado maior e com mais eficiência seria o responsável por ter um povo maior e mais eficiente.
Por último, Rousseau dizia que a justiça somente seria possível com a participação popular, até mesmo para evitar o sufocamento da população com a soberania do Estado. E que as injustiças sociais derivam da tentativa de falsear a lei e a justiça.
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